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23 de março de 2016

[Resenha] Volta Para Mim - Mila Gray

Autor(a): Mila Gray
Editora: Arqueiro
ISBN: 9788580414875
Páginas: 272
Ano: 2016
Skoob
Avaliação: 5/5 + ♥

Sinopse: Kit Ryan está de volta à sua amada Califórnia, de folga do serviço militar. Conquistador inveterado, ele só quer aproveitar as quatro semanas livres antes de retornar ao trabalho, mas se vê atraído pela irmã de Riley, seu melhor amigo. Há tempos Jessa Kingsley chama sua atenção, porém a família superprotetora dela sempre foi um obstáculo.
Desta vez, contudo, Kit desiste de lutar contra os próprios sentimentos e logo Jessa se rende ao seu charme. O que começa apenas como um romance de verão rapidamente se torna um relacionamento apaixonado.
Quando chega a hora de Kit voltar ao serviço com Riley, nem ele nem Jessa estão prontos para se despedir. Ela enfim está seguindo os seus sonhos e ele descobriu alguém por quem sacrificaria tudo. Jessa promete esperá-lo e Kit garante que voltará para ela. Não importa o que aconteça.
Mas então uma visita inesperada traz uma notícia trágica: uma das pessoas que ela mais ama morreu em serviço. Quem terá sido? Seu irmão ou seu namorado?

Quando comecei a leitura já sabia que iria me acabar de chorar. Não deu em outra. Construído de forma sutil e intercalando os pontos de vista de Kit e Jessa, Volta Para Mim apresenta o amor na sua forma mais pura.

A narrativa não se concentra somente na pergunta inicial, até porque demora bastante para o leitor descobrir quem morreu. Existe mais do que drama no enredo, pois Jessa está vivendo seu primeiro amor e não poderia ser mais maravilhoso. Além disso, os capítulos divididos ajudam bastante a construir uma história que não seja unilateral.

Eu gostei muito da forma como foram apresentados os personagens, porém senti falta de uma participação maior dos secundários. Boa parte deles estavam lá apenas para preencher linhas, meio que deixando todo o foco no casal protagonista. Um exemplo de personagem que poderia ter sido melhor trabalhado é a mãe de Jessa, poucas cenas com ela foram expressivas e isso só mais para o final do livro. Didi, a melhor amiga de Jessa, também poderia ter tido mais destaque. Seu bom humor deu um tom de leveza na trama, o que poderia ter sido incluída mais vezes.

Eu não consegui largar o livro desde o início. Gostei muito da escrita da autora e todas as cenas são muito bem intercaladas, o que fez com que a leitura fluísse muito bem. Mila conseguiu transmitir os sentimentos dos personagens de uma forma intensa e às vezes eu queria me transportar para as páginas apenas para presenciar o desenrolar mais de perto.

O que mais me chamou atenção na história é que não se trata apenas de amor, mas de perdão e redenção. E isso não só para os protagonistas, nessa parte até o secundários tem sua importância no caminho de se perdoar, pois isso é importante.

Mais ou menos da metade para o final do livro existe uma grande mudança e todos os personagens amadurecem muito. Eu gostei de como isso não soou forçado nem irreal, afinal perder alguém importante muda demais uma pessoa. A narrativa adquiriu um tom um tanto mais sério, mas sem perder os toques de nostalgia.

Muitos podem achar o desfecho como algo batido, mas eu acredito que soou de forma bem realista. É necessário se perdoar e se redimir antes de conseguir seguir em frente. E isso foi o que aconteceu com todos. Volta Para Mim é bem mais do que uma simples história de amor adolescente. Eu me apaixonei desde o início e considero este um livro muito especial. Leitura mais do que recomendada.

10 de março de 2016

[Resenha] O Leão Ferido - Mia Sheridan

Autor(a): Mia Sheridan
Editora: Arqueiro
ISBN: 9788580414899
Páginas: 240
Ano: 2016
Skoob
Avaliação: 4/4

Sinopse: Leo se apaixonou por Evie quando os dois ainda eram crianças, no lar adotivo temporário em que viviam. No futuro difícil que parecia guardado para ele, a única certeza de seu coração era que nada jamais o afastaria daquela garota.
Mas, na adolescência, ele foi adotado e teve que se mudar para outra cidade. Durante oito anos eles ficaram afastados contra a vontade e, nesse tempo, Leo precisou superar muitos obstáculos – sobretudo os problemas criados pela mãe adotiva – para se tornar o homem que merecesse Evie e pudesse finalmente buscá-la.
O reencontro, porém, não foi fácil e Leo teve que se esforçar para se reaproximar de Evie, reconquistar seu amor e, com sua ajuda, deixar para trás toda a tristeza de uma infância de abandono.
Em O Coração do Leão, Evie narrou seu lado desse romance. Agora, em O Leão Ferido, é a vez de Leo contar tudo o que lhe aconteceu e revelar o desfecho dessa história de amor.

Já conhecia a base da história de Evie e Leo/Jake por conta de O coração do Leão. Neste livro, o ponto de vista se inverte e enxergamos a narrativa pelos olhos de Jake. Por ter ficado apaixonada pelo romance dos dois, eu fiquei super curiosa para ver o que ele pensava dela.

O livro também traz memórias passadas de Jake, de seu sofrimento, intercalando com o presente, com ele (re)conhecendo Evie. Eu achei bem bonito como ele deu espaço para ela se adaptar a ele, ir conhecendo-o devagar e como ele a admirava pelo seu esforço. Porém, algumas atitudes dele me incomodaram. Ele tem um quê de possessividade por Evie, a toda hora com pensamentos de que ela é dele, coisas do tipo. A narrativa no ponto de vista dela não deixa isso claro, porém a dele mostra como ele a coloca num pedestal e isso é um pouco fora do normal.

Apesar dele ter mentido para ela sobre sua verdadeira identidade, eu consegui compreender porque o fez. Todo o seu passado turbulento, sua memórias dolorosas e o medo da rejeição contribuíram para isso. Por mais que ele confiasse e a amasse, ainda existe aquele receio de não fazer mais parte da vida da pessoa. Isso é um dos pontos altos na construção do personagem, pois o torna mais humano.

Por já conhecer a trama, eu já tinha uma ideia do que viria depois. Porém a autora inseriu pequenos detalhes que fizeram muita diferença e eu me apaixonei novamente pelos personagens. Enxergar Evie pelos olhos de Leo só fez com que a admiração que eu tinha dela aumentasse. Além de poder conhecer mais dos pensamentos dele.

Eu sempre amo narrativas que alternam pontos de vista ou quando um livro reconta a história pelo outro lado. Afinal, nada é unilateral e a forma como a autora mostrou os pensamentos, medos e ambições de ambos foi muito boa. O epílogo presente no livro é uma das melhores partes. Me trouxe lágrimas de alegria vendo aquilo tudo acontecer com quem tanto merecia.

O Leão Ferido não roubou o posto de favorito de O Coração de Leão, mesmo sendo um livro maravilhoso. Para quem ficar curioso, recomendo que leia o primeiro antes desse, pois existem algumas partes que ficam mais claras desta forma. A diagramação da editora ficou ótima e não encontrei erros de revisão, o que é um ótimo ponto. Leitura mais que recomendada.

16 de fevereiro de 2016

[Resenha Premiada] Enquanto Bela Dormia - Elizabeth Blackwell

Autor(a): Elizabeth Blackwell
Editora: Arqueiro
ISBN: 9788580414790
Páginas: 368
Ano: 2016
Skoob
Avaliação: 4/5 + ♥

Sinopse: Quando a rainha Lenore não consegue engravidar, recorre aos supostos poderes mágicos da tia do rei, Millicent. Com sua ajuda, nasce Rosa, uma menina linda e saudável. No entanto, a alegria logo dá lugar às sombras: o rei expulsa de suas terras a tia arrogante, que então jura se vingar. Seu ódio se torna a maldição que ameaça a vida de Rosa. Assim, a menina cresce presa entre os muros do castelo, cercada dos cuidados dos pais e de Flora, a tia bondosa e dedicada do rei que encarna a fada boa do conto original.
Mas quando todas as tentativas de proteger Rosa falham, é Elise, a dama de companhia e confidente da princesa, sua única chance de se manter viva. E é pelos olhos dessa narradora improvável que conhecemos todos os personagens, nos surpreendemos com o destino de cada um e descobrimos que, quando se guia pelo amor – a magia mais poderosa do mundo –, qualquer pessoa é capaz de criar o próprio final feliz.

É muito provável que você, assim como eu, conheça a história da Bela Adormecida desde criança. Nessa versão do conto de fadas, o foco é outro. Elise, uma menina simples criada numa fazenda, é quem toma as rédeas da narrativa.

Durante um tempo considerei a releitura apenas uma fase, modismo mesmo, mas mudei minha visão e agora sou apaixonada por isso. Acho incrível quando um clássico é relembrado e podemos enxergar a história sob outro ponto de vista. Gostei da maioria dos que já li e este não foi uma exceção. A autora foi ousada na escolha da personagem, pois foi ótimo ler o desenrolar da trama aos olhos de alguém esteve nos “planos de fundo”.

O livro não apresenta muitos diálogos, isso poderia ser um problema, mas para mim foi um ponto positivo. Foi possível enxergar o deslumbramento de Elise ao adentrar no castelo, assim como sua paixão pelo trabalho que desempenhava. A construção da protagonista foi muito bem feita, mesmo não sendo da nobreza, ela conseguiu conquistar seu lugar entre eles.

A narrativa em primeira pessoa funcionou bem, pois no início Elise começa a contar uma história para sua bisneta e isso fez uma alusão a todas as crianças que ouviram os contos de fadas durante a infância. Bem detalhista, a narradora conseguiu apresentar uma nova visão do que aconteceu de forma extremamente prazerosa.

Engana-se quem pensa que este será mais um livro contendo poções, encantamentos e uma roca que coloca a princesa para dormir. Ao contrário disso, a trama é construída nos pequenos detalhes e Rosa, a Bela do título, não passa sua vida dormindo. Acompanhamos o crescimento da menina, juntamente com o amadurecimento de Elise, e isso foi um grande diferencial.

Outro ponto muito positivo foram as dúvidas que Elise enfrenta durante a leitura. A linha tênue entre certo e errado, em saber decidir o melhor caminho, mesmo que para isso algumas verdades tenham que ser ocultas. Além disso, a autora vai criando pequenas pontas soltas que vão se entrelaçando durante o andamento da leitura, o que me fez não conseguir desgrudar do livro.

Eu não esperava uma grande história de amor quando iniciei a leitura, porém encontrei isso em muitos pontos do livro. Não digo o amor de um casal, mas aquele fraterno, que traz o sentimento de querer cuidar do outro. O livro é uma ode a isso e mostra como é o bem mais importante que existe, independente de quão rica for a pessoa.

Enquanto Bela Dormia é um clássico recontado e mais uma releitura que ganhou meu coração. Se você, assim como eu, adora reviver os contos de fadas e descobrir um novo ponto de vista, este livro é a pedida certa.

Sorteio

Para participar é bem simples.

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É necessário possuir endereço de entrega no Brasil.
A promoção inicia em 16/02/2016 e tem fim às 0h de 16/03/2016.
O prêmio será enviado pela editora em até 30 dias úteis.
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Boa sorte a todos! ♥


12 de fevereiro de 2016

[Resenha] O que há de estranho em mim - Gayle Forman

Autor(a): Gayle Forman
Editora: Arqueiro
ISBN: 9788580414806
Páginas: 224
Ano: 2016
Skoob
Avaliação: 5/5 + ♥

Sinopse: Ao internar a filha numa clínica, o pai de Brit acredita que está ajudando a menina, mas a verdade é que o lugar só lhe faz mal. Aos 16 anos, ela se vê diante de um duvidoso método de terapia, que inclui xingar as outras jovens e dedurar as infrações alheias para ganhar a liberdade.
Sem saber em quem confiar e determinada a não cooperar com os conselheiros, Brit se isola. Mas não fica sozinha por muito tempo. Logo outras garotas se unem a ela na resistência àquele modo de vida hostil. V, Bebe, Martha e Cassie se tornam seu oásis em meio ao deserto de opressão.
Juntas, as cinco amigas vão em busca de uma forma de desafiar o sistema, mostrar ao mundo que não têm nada de desajustadas e dar fim ao suplício de viver numa instituição que as enlouquece.

Já li boa parte dos livros da Gayle que já foram lançados aqui no Brasil e, fora uma pequena exceção, todos me agradaram muito. Por este motivo que solicitei O que há de estranho em mim sem nem ler a sinopse. Mais uma vez fui surpreendida pela escrita maravilhosa da autora e posso afirmar, com o perdão da expressão, que Gayle Forman é foda.

Narrado em primeira pessoa, o livro trabalha muito com o psicológico do leitor, o que fez com que eu me sentisse dentro das páginas. A autora dedicou o livro às garotas desajustadas, mas quem seriam estas? A boa moça, rica e meio mimada, que se apaixonou e foi pega fazendo sexo? A menina confusa sobre sua orientação, mas que foi internada por conta dos preconceitos dos pais? Ou será que foi a menina de espírito livre e que foi jogada dentro da Red Rock por conta do que aconteceu com sua mãe?

O enredo vai sendo construído de forma lenta, porém fluida, que realmente prende a atenção. Muitas cenas são crueldade pura da instituição, e me doeu ficar lendo sem poder fazer nada. O pior é saber que pelo mundo afora estes lugares existem, mas muitas vezes nós desconhecemos o que acontece por trás dos muros (ou ignoramos) e isso me deu um sentimento de impotência enorme.

A história do livro mescla tristeza e alegria, a partir do ponto em que Brit conhece as meninas e forma uma irmandade, um tanto transviada, com elas. Foram tantas coisas acontecendo no livro que em certo ponto eu precisei parar para respirar e continuar a leitura, tamanha foi minha identificação com as meninas.

Gayle deixa a lição de que muitas garotas são classificadas pela sociedade como desajustadas simplesmente por não se encaixarem nos padrões. E ela mostra durante a trama que quebrar estes pré-conceitos só depende de nós mesmos. A união entre as meninas é o que fortalece, além de uma boa dose de girl power, que mostra que querendo de verdade fazer a diferença, é possível.

O que há de estranho em mim apresenta uma narrativa forte e sincera, além de madura. Poderia ser só mais um livro sobre reviravoltas e autoconhecimento, porém a autora o transformou em mais do que isso. É uma história sobre amizade, mas também é sobre perdão, e como é difícil perdoar quando nos sentimos traídos. É um livro que eu recomendo sem sombra de dúvidas.

11 de fevereiro de 2016

[Resenha] A irmandade perdida - Anne Fortier

Autor(a): Anne Fortier
Editora: Arqueiro
ISBN: 9788580414523
Páginas: 528
Ano: 2015
Skoob
Avaliação: 3/5

Sinopse: Diana Morgan é professora da renomada Universidade de Oxford. Especialista em mitologia grega, tem verdadeira obsessão pelo assunto desde a infância, quando sua excêntrica avó alegou ser uma amazona – e desapareceu sem deixar vestígios.
No mundo acadêmico, a fixação de Diana pelas amazonas é motivo de piada, porém ela acaba recebendo uma oferta irrecusável de uma misteriosa instituição. Financiada pela Fundação Skolsky, a pesquisadora viaja para o norte da África, onde conhece Nick Barrán, um homem enigmático que a guia até um templo recém-encontrado, encoberto há 3 mil anos pela areia do deserto.
Com a ajuda de um caderno deixado pela avó, Diana começa a decifrar as estranhas inscrições registradas no templo e logo encontra o nome de Mirina, a primeira rainha amazona. Na Idade do Bronze, ela atravessou o Mediterrâneo em uma tentativa heroica de libertar suas irmãs, sequestradas por piratas gregos.
Seguindo os rastros dessas guerreiras, Diana e Nick se lançam em uma jornada em busca da verdade por trás do mito – algo capaz de mudar suas vidas, mas também de despertar a ganância de colecionadores de arte dispostos a tudo para pôr as mãos no lendário Tesouro das Amazonas.
Entrelaçando passado e presente e percorrendo Inglaterra, Argélia, Grécia e as ruínas de Troia, A irmandade perdida é uma aventura apaixonante sobre duas mulheres separadas por milênios, mas com uma luta em comum: manter vivas as amazonas e preservar seu legado para a humanidade.

Nunca tive uma curiosidade extrema sobre as Amazonas, embora o mistério que as envolve me fascine. A sinopse de A irmandade perdida me chamou a atenção, pois me parecia ter potencial para criar uma nova mitologia (ou teoria da conspiração) acerca dessas guerreiras. Infelizmente, nem tudo foram flores durante a leitura.

Demorei a engrenar, pois a quantidade de voltas que a autora dá para explicar algo simples me irritou ao extremo. Se boa parte da “encheção de linguiça” fosse retirada do livro, certamente a quantidade de páginas cairia pela metade. Por conta disso, eu não consegui me concentrar direito na história nem no que ela tentava passar.

Intercalando a narrativa de Diana, no presente, e de um observado, no passado, a trama se constrói de forma periódica. Mostrando a história trágica de Mirina, primeira rainha Amazona, e a tentativa de Diana de provar que elas, de fato, existiram. A protagonista foi outra que me irritou demais, pois rolou uma certa forçada de barra para tentar criar uma personagem realística, mas que não passou de uma personagem moldada.

Fraca em suas convicções, muitas vezes ela se deixou levar pelo pensamento dos outros e isso, com certeza, atrapalhou sua jornada. A sinopse pinta Diana como uma mulher forte e que não se deixa abalar, mas durante a leitura tudo o que eu vi foi alguém que não podia ser contrariada.

Penso que faltou planejamento para a construção do enredo. A quantidade de informações que o livro traz, muitas vezes pareceram frases jogadas a esmo com o intuito de preencher papel. O assunto das guerreiras há muito esquecidas possui uma gama extensa a ser explorada e acredito que pouco foi mostrado sobre o assunto. O foco maior ficou nas muitas viagens da protagonista em busca da verdade, e de mostrar a importâncias das Amazonas num passado distante.

Depois de algum tempo eu consegui me focar e o livro rendeu. Não tão bem quanto eu esperava, porém não de todo decepcionante. Acredito que boa parte do meu problema com a história tenha sido minha enorme “sede ao pote”. Isso prejudicou e deixou uma má impressão da escrita da autora.

Mesmo com todas essas críticas, o livro terminou de forma satisfatória e atou bem todas as pontas soltas. Não acredito que é um que eu vá ter vontade de reler, porém recomendo a todos que possuam vontade de conhecer a história das Amazonas.

10 de fevereiro de 2016

[Resenha] O Coração do Leão - Mia Sheridan

Autor(a): Mia Sheridan
Editora: Arqueiro
ISBN: 9788580414691
Páginas: 208
Ano: 2015
Skoob
Avaliação: 5/5 + ♥

Sinopse: Evie e Leo se conheceram ainda crianças, em um lar adotivo, e logo se tornaram grandes amigos. Com o tempo, a amizade se transformou em uma paixão avassaladora, e eles juraram ficar juntos para sempre.
Quando Leo foi inesperadamente adotado na adolescência e teve que se mudar para outra cidade, prometeu a Evie que entraria em contato com ela assim que chegasse lá e que voltaria para buscá-la quando ela fizesse 18 anos. Mas ele nunca mais deu notícias.
Oito anos depois, apesar das circunstâncias, Evie conseguiu dar a volta por cima. Tem um emprego, amigos e está feliz. Então, de repente, um homem chamado Jake Madsen surge em sua vida, alegando ter sido enviado por Leo para saber como ela está.
Evie não consegue evitar a atração que sente por esse homem sensual e misterioso. Mas será que ela pode confiar em um estranho? Ou será que ele está guardando um segredo sobre sua real ligação com Leo e os motivos que o levaram a sumir de sua vida anos atrás?

Apesar de ter me apaixonado pela história de Bree e Archer em A voz do Arqueiro, este livro conquistou o primeiro lugar nessa série (pelo menos até o momento). Em O Coração do Leão conhecemos Evie, que carrega um passado triste e encontra conforto em Leo. Tudo isso muda quando ele é adotado e agora, com 22 anos, ela conhece Jake, que com toda certeza irá abalar seu mundo.

Inicialmente achei que seria uma narrativa insossa, que começaria com dois desconhecidos se apaixonando louca e desesperadamente, e fim. Eu me enganei redondamente e fico feliz por isso. Trabalhando entre passado e presente, a trama vai sendo construída de forma singela e um pouco dramática. Tudo isso com aquele toque maravilhoso que só um bom NA tem.

Uma coisa que me incomodou um pouco foi a evolução do romance entre Jake e Evie. Acredito que tenha sido muito no estilo miojo, não deu tempo de construir uma base e tudo mais. Apesar disso, gostei da forma como as coisas foram conduzidas após o ápice dos dois.

O passado de Jake é obscuro e o moço teima em não tocar nesse assunto, o que só aumentou minha curiosidade. Embora a autora tenha tentado manter o segredo, eu consegui desvendar a charada rapidamente, o que não tira o mérito do livro.

Admirei muito a força de Evie durante toda a leitura. Mesmo com todos os motivos para desistir, ela nunca se deixou levar pelos problemas e sempre os enfrentou de cabeça erguida. Essa é uma das características das personagens femininas de Mia que eu mais gostei. Elas passam o sentimento de realidade e ensinam que podemos ser mais do que uma “donzela em perigo”.

O Coração do Leão foi o primeiro livro da série lançada pela Arqueiro, mesmo sendo o segundo publicado. A ordem não faz diferença, pois as histórias são independentes. Há quem vai gostar mais do desenvolvimento de A voz do Arqueiro, mas eu preferi esta. Ambas são muito especiais e eu recomendo sem sombra de dúvida.

9 de fevereiro de 2016

[Resenha] Confissões de Inverno - Brendan Kiely

Autor(a): Brendan Kiely
Editora: Arqueiro
ISBN: 9788580414639
Páginas: 224
Ano: 2015
Skoob
Avaliação: 3,5/5

Sinopse: À medida que sua família se desintegra, Aidan Donovan, um adolescente de 16 anos, procura consolo em estimulantes químicos, no estoque de bebidas do pai e nas atenções do padre Greg, o único adulto que realmente o escuta.
O Natal chega e seu mundo entra em colapso quando ele reconhece o lado obscuro do afeto que o padre Greg lhe dedica. Enquanto tenta dar sentido à própria vida, Aidan conta com o apoio de um grupo de amigos desajustados: Josie, a garota por quem se apaixona; a rebelde e espontânea Sophie; e Mark, o carismático capitão da equipe de natação.
Confissões de inverno mostra as formas pelas quais o amor pode ser usado como uma arma contra a inocência – mas também pode, nas mãos certas, restaurar a esperança e até a fé.
O corajoso romance de estreia de Brendan Kiely expõe o mal que os segredos mais profundos que guardamos podem causar e prova que a verdade liberta e abre caminho para o amor.

Sempre tenho um pé atrás com narrativas que tratem sobre algum tipo de abuso. O meu medo de tornarem a situação frívola, ou até mesmo um pano de fundo, geralmente faz com que eu não aproveite muito bem a leitura. Não foi este o caso de Confissões de Inverno.

O livro de estreia de Brendan Kiely trata do assunto de forma sutil, porém séria. Funciona mais como uma crítica a uma situação recorrente que muitos ignoram. Tendo como protagonista o jovem Aidan, o livro mostra a vida luxuosa da família dele e como as aparências enganam. Principalmente se tratando do padre Greg.

Eu demorei a engrenar na leitura, não sei definir bem o que foi, mas algo na escrita do autor não fluiu nem me prendeu. Enxergo que o livro tinha muito potencial, porém eu não consegui notar que foi totalmente explorado. O assunto foi bem abordado, mas acredito que demorou um pouco para chegar ao ponto chave da situação.

A história não foca apenas em Aidan, mostrando também o seu abuso de medicamentos, utilizados como um escape. Outras pessoas são citadas, mas nenhuma delas representa mais do que um personagem à parte e isso me incomodou bastante. Mark, por exemplo, parecia que tinha mais a dizer e não passou de um mero coadjuvante.

Apesar desses pontos que me incomodaram, o livro trata o assunto de abuso sexual e pedofilia de forma bem realista. A forma como tentam manipular o pensamento dos envolvidos, modificar a situação a favor de outra pessoa e, principalmente, ocultar fatos, é algo que ocorre diariamente. O livro faz uma forte crítica a essa situação que ocorre na sociedade e muitos ignoram, ou escolhem não enxergar que isso acontece.

Confissões de Inverno é mais do que um drama ou um livro infanto-juvenil. A narrativa sutil, porém intensa, mostra um problema que não deve ser ignorado. Reconheço que nem todos irão gostar da história, mas é um livro que recomendo bastante.

19 de janeiro de 2016

[Resenha Dupla] O Últimos dos Canalhas - Loretta Chase

Autor(a): Loretta Chase
Editora: Arqueiro
ISBN: 9788580414752
Páginas: 304
Ano: 2015
Skoob
Avaliação: Ananda: 5/5 + ♥ / Luke: 4/5

Li este livro junto com o Luke, do Capa & Título, as opiniões do Luke estão em azul e as minhas em vermelho.

Meu primeiro contato com romances de época ocorreu em O Príncipe dos Canalhas e eu me apaixonei de cara pelo gênero. Assim que soube do lançamento de mais um livro da Loretta, já fiquei ansiosa e com as expectativas lá no alto. Felizmente, elas foram atendidas.
Vere Mallory, é o duque de Ainswood. Ele é considerado um devasso na sociedade naquela época, um homem irredutível e conhecido com sua frieza e sem escrúpulos. Em uma movimentação onde estava passando ela se depara no meio de uma briga entre uma cafetina e a jornalista Lydia Grenville. Ela é uma jornalista competente e escritora do livro “Rosa e Tebas”, usando um pseudônimo. Nessa briga Lydia se tornou um alvo para o duque, pois o colocou no seu devido lugar e ainda por cima se tornou motivo de chacota. Os dois são impulsivos e não conseguem segurar as suas palavras. Então, o que seria uma mero desentendimento, virou um jogo de provocações. O que eles não esperavam é que um sentimento fatal nasceria em meio a um alvoroço de brigas. Uma mulher que não acredita em romance versus um homem frio e machista. A regra desse jogo é quem será mais humilhado, mas a luta pela atração é o que predomina nesse casal tão atípico e intenso.
Em O Último dos Canalhas somos apresentados a Vere Mallory, duque de Ainswood, um homem sem nenhum escrúpulo e completamente libertino. Sua vida foi marcada por tragédias, as quais fizeram com que ele se tornasse muito fechado e frio. E também conhecemos Lydia Grenville, uma jornalista dedicada e um tanto impulsiva, com uma bagagem de histórias tristes. Suas vidas não possuíam nada em comum e não haveria motivo nenhum para se cruzarem, mas por força do destino os dois se envolvem em uma confusão num beco. Estaria tudo bem, não fosse o fato de Lydia ter nocauteado Vere e acabado com sua reputação.

Conhecemos Vere Mallory em “O Príncipe dos Canalhas”, em uma cena em que ele ofende Jessica, a recente esposa de Lorde Belzebu. Ali já tínhamos um mero conhecimento de como o duque era, mas não chega aos pés do que se é apresentado nesse livro.
Um homem libertino e que não tem nenhuma perspectiva do futuro, tem uma história de perdas e isso acarretou um pouco sobre o que ele é no presente. No entanto, na veia dos Mallorys tem um grande histórico de homens semelhantes a ele. Ele no começo da história se mostrou um homem insuportável, mas nada que uma mulher decidida e com pulso firme não coloquei alguém como ele em seu devido lugar. Lydia é uma mulher doce, que também sofreu suas perdas. No entanto, a história de sua família é um tanto triste. Mas as tristezas não interferiram em sua personalidade, o que pode ter ajudado. Ela é independente e que luta pelos seus direitos. Uma jornalista que denuncia os nobres, que são responsáveis pelos problemas da sociedade. O mais interessante na história desse casal é o quão são diferentes e mesmo assim a atração é avassaladora.
Mais uma vez a autora criou personagens que me encantaram de cara e uma trama envolvente. O início meio lento não tira o mérito da história, pois Loretta continua com sua escrita fluida e consegue intercalar várias vertentes sem perder a noção. A narrativa em terceira pessoa foi ideal para o desenvolvimento, pois permite traçar um panorama geral de toda a situação e ainda assim não se perder em um plot.

O enredo é recheado de provocações e insinuações vindas de ambos os lados. A cada capítulo é uma circunstância que eles estão juntos um jogando farpas no outro. Isso tornou a leitura divertida e empolgante. Confesso que no início a leitura não foi tão animadora, mas aos poucos fui me envolvendo com os protagonistas e enfim, consegui engrenar na trama.
Convenhamos que Vere não é o príncipe encantado, mas Lydia também não é nenhuma donzela em apuros, coisa que ela faz questão de deixar claro durante todo o livro. E isso é um dos pontos mais positivos da história, essa desconstrução de conceitos pré-concebidos que existiam na época em que o romance se passa. O enredo ainda possui altas doses de suspense e humor que o tornam mais atrativo e mais crível.

A autora não se prendeu aos protagonistas. Ela nos apresenta as histórias de outros personagens e como a história é narrada em terceira pessoa, uma visão ampla nos é dada para conhecermos mais sobre eles. Isso também foram um dos fatores para que a história ganhasse forma e não se tornasse uma história num todo enfadonha.
Outro ponto muito positivo é que o romance desenvolvido entre os dois personagens não sobrepõe os outros arcos. Ele possui sua importância, porém não é o centro de tudo, abrindo espaço para a resolução de outras partes da história que também são muito importantes. O clímax do enredo chega quase no final e não é decepcionante.

Loretta tem o domínio e a capacidade de criar personagens fortes e memoráveis. Dessa vez não foi diferente. Dois personagens que divergem com seus pensamentos, são alvos de um amor avassalador e intenso. Ela também introduz como em seu livro anterior, um bom humor e uma grande colherada de drama. Personagens do livro anterior também aparecem e são importantes para um desfecho da história.
Eu acho incrível a forma como a autora consegue amarrar as cenas de forma que quando cheguei ao final do livro todas as pontas soltas tivessem resposta. Isso é algo que considero complicado de se fazer em uma história única, porém ela consegue com maestria.

Para quem é fã de romance de época, amou o primeiro livro (O Príncipe dos Canalhas), essa é uma ótima dica de leitura. Uma leitura que consegue envolver e cumprir a missão de leva-lo ao cenário, consequentemente leva-lo àquela época. Uma obra com um humor ácido, drama, romance e ação, são ingredientes de uma boa leitura e com uma trama instigantel.
Eu indico esse livro mil vezes, não apenas a quem gosta do gênero. Mesmo que ele faça parte de uma série é possível ler e entender sem precisar dos outros. O Último dos Canalhas possui uma história forte, divertida e apaixonante, um prato cheio para quem gosta do gênero e ótimo para quem quer conhecer.


Confira também a resenha de O Príncipe dos Canalhas aqui.

6 de janeiro de 2016

[Resenha] Desejo Proibido - Sophie Jackson

Autor(a): Sophie Jackson
Editora: Arqueiro
ISBN: 9788580414509
Páginas: 416
Ano: 2015
Skoob
Avaliação: 3/5

Sinopse: Katherine Lane nasceu em berço de ouro. Filha e neta de senadores, a bela ruiva de olhos verdes e curvas perfeitas se formou em Literatura e surpreendeu a todos ao decidir dar aulas em uma penitenciária. Mas quando Carter, um detento inteligente e perigosamente sexy, desperta ao mesmo tempo a raiva e o desejo de Kat, ela é forçada a admitir para si mesma que a decisão de lhe dar aulas particulares pode ter sido motivada não pela generosidade, mas sim pela crescente atração entre os dois. Embora a família e os amigos de Kat temam que a paixão destrua sua carreira e sua vida, tudo o que ela quer é ficar com esse homem que a faz sentir-se completa. Porém Carter guarda um segredo que tanto pode unir seus destinos para sempre quanto afastá-los de uma vez por todas.

Assim que li a sinopse do livro eu fiquei interessada, o enredo prometia algo bastante dramático e envolvente. Porém, meu nível de empolgação diminuiu conforme avançava na leitura. Para quem não sabe, Desejo Proibido é mais uma fanfic de Crepúsculo, o que fica bem óbvio devido ao jeito atrapalhado de Kat. O livro poderia ir além desse estigma, mas a escrita da autora não ajudou muito.

Uma das coisas que mais gosto nos NAs é aquela tensão entre os personagens, infelizmente nesse livro isso demorou mais que o normal, deixando a leitura por vezes entediante. A narrativa em terceira pessoa poderia ter funcionado, mas senti falta de algo mais intimista. Quando se trata de sentimentos, de saber o que o outro está pensando, acredito que a história deve ser contada pelos próprios personagens.

Não precisei de muito para matar a charada imposta na sinopse. O mistério que envolve os dois personagens não é bem desenvolvido, o que fez com que eu descobrisse logo do que se tratava. Uma das coisas que mais me incomodou durante a leitura foi o apelido que Carter deu para Kat. Sinceramente, eu fiquei com crise de riso.

Uma outra característica do personagem que me atazanou a paciência foi o seu machismo. Meio disfarçado, porém existe. Por diversas vezes ele ressalta os atributos físicos de Kat, fazendo algumas comparações que não fazem o menor sentido. Por exemplo:

Ainda bem que ela era bonita pra caramba, ou ele teria lhe dado uns bons tapas para que deixasse de ser atrevida. (pág. 285)
Então se Kat não fosse bonita o suficiente, ela merecia apanhar? Sério, isso é completamente ridículo.

Existe uma tentativa insonsa de um triângulo amoroso entre Carter, Kat e Austin. Felizmente não seguiu muito para a frente, pois era completamente sem sal. Eu esperava cenas grandiosas de ciúme (desculpa, mas é verdade) e isso não aconteceu muito.

Apesar de baseado no best-seller de Stephenie Meyer, o livro foge bastante ao enredo original. Isso é um ponto positivo, pois a autora conseguiu criar um universo novo, mesmo que este não tenha sido tão interessante assim.

O meu maior problema foi em relação a fluidez. A narrativa não cria conexões que façam a leitura ser, digamos, mais rápida. Pelo contrário, muitas vezes a trama volta a cenas anteriores para criar um novo ponto. Isso atrapalhou, pois quebrou a minha linha de pensamento.

No geral, não considero Desejo Proibido um livro ruim. Sim, existiriam certas dificuldades durante a leitura, mas nada a ponto de me fazer ter vontade de abandonar. Ele serve ao propósito de entreter, porém se o seu gênero preferido não é NA, nem tente insistir. Porque confesso que boa parte que me segurou foram as cenas, que são beeeeeem quentes.

4 de janeiro de 2016

[Resenha] A voz do Arqueiro - Mia Sheridan

Autor(a): Mia Sheridan
Editora: Arqueiro
ISBN: 9788580414448
Páginas: 336
Ano: 2015
Skoob
Avaliação: 4/5 + ♥

Sinopse: Bree Prescott quer deixar para trás seu passado de sofrimentos e precisa de um lugar para recomeçar. Quando chega à pequena Pelion, no estado do Maine, ela se encanta pela cidade e decide ficar.
Logo seu caminho se cruza com o de Archer Hale, um rapaz mudo, de olhos profundos e músculos bem definidos, que se esconde atrás de uma aparência selvagem e parece invisível para todos do lugar. Intrigada pelo jovem, Bree se empenha em romper seu mundo de silêncio para descobrir quem ele é e que mistérios esconde.
Alternando o ponto de vista dos dois personagens, Mia Sheridan fala de um amor que incendeia e transforma vidas. De um lado, a história de uma mulher presa à lembrança de uma noite terrível. Do outro, a trajetória de um homem que convive silenciosamente com uma ferida profunda.
Archer pode ser a chave para a libertação de Bree e ela, a mulher que o ajudará a encontrar a própria voz. Juntos, os dois lutam para esquecer as marcas da violência e compreender muito mais do que as palavras poderiam expressar.

Que eu sou apaixonada por NAs vocês já sabem, mas eu também amo livros com um toque de drama e que fazem eu me acabar de chorar. Foi exatamente isso que eu encontrei em A voz do Arqueiro. E eu juro que não esperava tudo isso do livro.

A narrativa alterna entre passado e presente, além de dois pontos de vistas extremamente diferentes. A forma como a autora apresenta cada personagem, introduzindo um quê de mistério que é necessário para prender a atenção, é extraordinária. Além disso, a trama tem seus momentos de tristeza que são detalhados da melhor forma possível.

É impossível não se encantar pelos protagonistas, e não falo isso apenas por conta de Archer. Ao passo em que tenta reconstruir sua vida, Bree se encanta por coisas simples, além de possuir um coração extremamente generoso. Já Archer foi uma surpresa e tanto. Eu esperava um personagem amargurado, que descontasse seus problemas nos outros, mas conforme o enredo avançou sua evolução foi uma coisa linda de se ver.

Engana-se quem pensa que por ser uma história com teor sexual ela seja banal. A voz do Arqueiro apresenta muitas lições, como a de compreensão mútua, amor incondicional e de saber escutar além das palavras. Pode parecer fórmula pronta, mas a autora consegue criar o seu diferencial e mostrar a que veio.

A conclusão do livro foi maravilhosa, exatamente da forma como eu esperava, cheia de reviravoltas e um turbilhão de emoções. Em dado momento precisei parar, pois estava demais para aguentar. Esse foi o último livro que li em 2015 e eu não poderia ter fechado o ano de forma melhor.

A diagramação da editora está impecável e se houve algum erro de revisão, eu não notei. Se você deseja se emocionar e se apaixonar por mais um personagem literário, este livro é uma excelente forma de conseguir isso.

29 de agosto de 2015

[Resenha] O que eu quero pra mim - Lycia Barros

Autor(a): Lycia Barros
Editora: Arqueiro
ISBN: 9788580414066
Páginas: 208
Ano: 2015
Skoob
Avaliação: 3/5

Sinopse: Alice é independente, bem-sucedida profissionalmente e muito ambiciosa. Além do sucesso no trabalho, tem um namorado que é o sonho de qualquer mulher: lindo, apaixonado, louco para se casar e ter filhos. Mas ela não é qualquer mulher, e acha que a carreira vem antes de tudo. Então, quando Casseano a coloca contra a parede e exige mais espaço em sua vida, os dois entram em um impasse e acabam se separando. Em poucos dias, Alice sente que o fim do relacionamento está sendo mais duro do que esperava. Para piorar, o trabalho entra em crise e sua sócia, preocupada com a saúde da amiga, a obriga a se afastar por um tempo. As férias a ajudarão a arejar a cabeça e voltar mais produtiva.
Com tudo dando errado ao mesmo tempo, Alice aceita a sugestão e compra uma passagem para Londres. Chegando lá, mergulha numa profunda jornada de autodescobrimento e percebe o que realmente importa para ela. O que eu quero pra mim é um romance inspirador, que fala sobre a importância de conhecer a si mesmo e descobrir as próprias necessidades antes de trilhar de forma plena o caminho do amor.

Este não foi meu primeiro contato com a escrita da autora, porém foi o primeiro que não conseguiu me prender. Quando li a sinopse, imaginei que seria uma história emocionante. Porém, não é bem assim que aconteceu.

Alice foi uma personagem muito difícil de aceitar, de cara é possível notar que sua autoconfiança e sua independência são uma fachada. Por trás disso se esconde uma mulher frágil, mas que não é capaz de admitir isso em voz alta. Esse foi o meu primeiro problema com a protagonista. Por ser uma narrativa em primeira pessoa, fiquei extremamente incomodada com a forma como ela agia e com seus pensamentos.

Um fato concreto é que ninguém gosta de mudanças e se torna um fardo quando esta é forçada. Isso ficou claro durante boa parte da trama, por conta das "férias" que Alice tira. Neste ponto do livro que começam a surgir as inseguranças da narradora, sua dificuldade em se adaptar as mudanças. É uma boa guinada na história, pois faz com que o leitor se identifique com essa situação.

Eu tenho muito receio quando história brasileiras se passam fora do Brasil, principalmente por conta das descrições. Felizmente, não foi esse o caso de O que eu quero pra mim. Lycia consegue ambientar o livro de forma excelente, fazendo com que seja possível imaginar as cenas. Este foi sem dúvida um dos pontos altos na leitura.

Algumas situações no livro me incomodaram, pois o fluxo da narrativa não parecia fluir para aquele caminho, meio que forçando a situação. Acredito que boa parte da jornada de Alice foi ofuscada por estas passagens, o que fez com que a leitura tomasse um rumo diferente do que eu esperava. E isso, infelizmente, não me agradou.

Porém não tenho apenas críticas negativas para o enredo. Uma mensagem importante é passada, já quase no final. A cultivação do amor próprio, de entender sua posição no mundo e saber que nem sempre conseguiremos abraçar o mundo. Ouso dizer que isso foi o que garantiu as 3 estrelas na minha avaliação, mesmo que tenha demorado a ocorrer.

Mesmo não tendo sido um dos meus melhores contatos com a escrita da autora, O que eu quero pra mim é um livro bom. Cumpre ao que promete na sinopse, porém com uma narrativa arrastada e algumas controvérsias que atrapalham o desenrolar.

21 de agosto de 2015

[Resenha] Eu Estive Aqui - Gayle Forman

Autor(a): Gayle Forman
Editora: Arqueiro
ISBN: 9788580414233
Páginas: 240
Ano: 2015
Skoob
Avaliação: 5/5 + ♥

Sinopse: Quando sua melhor amiga, Meg, toma um frasco de veneno sozinha num quarto de motel, Cody fica chocada e arrasada. Ela e Meg compartilhavam tudo... Como podia não ter previsto aquilo, como não percebera nenhum sinal?
A pedido dos pais de Meg, Cody viaja a Tacoma, onde a amiga fazia faculdade, para reunir seus pertences. Lá, acaba descobrindo muitas coisas que Meg não havia lhe contado. Conhece seus colegas de quarto, o tipo de pessoa com quem Cody nunca teria esbarrado em sua cidadezinha no fim do mundo. E conhece Ben McCallister, o guitarrista zombeteiro que se envolveu com Meg e tem os próprios segredos.
Porém, sua maior descoberta ocorre quando recebe dos pais de Meg o notebook da melhor amiga. Vasculhando o computador, Cody dá de cara com um arquivo criptografado, impossível de abrir. Até que um colega nerd consegue desbloqueá-lo... e de repente tudo o que ela pensou que sabia sobre a morte de Meg é posto em dúvida.
Eu estive aqui é Gayle Forman em sua melhor forma, uma história tensa, comovente e redentora que mostra que é possível seguir em frente mesmo diante de uma perda indescritível.

Comecei Eu Estive Aqui com o pensamento de que ia chorar até desmoronar, visto que já tinha tido contato com a escrita da autora e já sabia da sua tendência a despedaçar meu coração. Porém, não foi isso que aconteceu. De forma tocante, Gayle conseguiu me conectar com a sua história e mostrar que existe vida após uma perda.

Assim que iniciei a leitura, não consegui desgrudar do livro até chegar ao fim. A narrativa da autora tem essa característica que prende o leitor e fluiu incrivelmente bem. O enredo avança conforme Cody descobre a "outra" vida de Meg. A profundidade intrínseca em cada linha é muito bem dosada, mesmo para um livro com uma temática voltada para o drama.

Muitas partes deram um nó na minha garganta, já outras me deixaram com muita raiva de Meg. Todo mundo tem a sua forma de superação e a de Cody é saber exatamente o que acontecia com a amiga. As descobertas que ela faz são assustadoras, outras porém mostram um lado de Meg que ninguém conhecia.

A desconstrução que a autora faz no quesito amizade é incrível. Mostra que mesmo quando pensamos saber tudo sobre alguém, sempre existe uma parte que não é mostrada. Outro ponto muito bem trabalhado no livro é o de saber perdoar, apesar de ser difícil. A protagonista enfrenta um verdadeiro impasse, pois ser avisada por e-mail de que sua melhor amiga cometeu suicídio não é algo aceitável. É difícil e doloroso enfrentar a perda, ainda mais sabendo que esta foi causada de propósito, mas a autora conduz o enredo com maestria, mostrando que existem fatores acima de nós e que não é possível abraçar o mundo.

O envolvimento de Cody e Ben começa de forma conturbada, entretanto o apoio que os dois encontram um no outro é incrível. Não foi uma relação forçada e muito menos feita de forma clichê. Ele chega num ponto da história em que a protagonista precisa de alguém que esteja lá, seja para ouvir, seja para brigar (porque isso acontece e muito).

A autora trabalha de forma sutil a questão de suicídio, porém mostra a importância de reconhecer os sinais, mesmo que eles estejam ocultos. Muitos podem culpar os pais de Meg, mas não é isso que é passado no livro. A distância tanto física quanto emocional destas partes colaborou para a decisão, mas não foi o principal. É uma bela lição para quem ainda insiste em dizer que depressão não é doença e sim frescura.

Terminei o livro com os olhos marejados e extremamente grata pela bela história. Gayle mais uma vez conseguiu criar um ambiente profundo, com personagens reais e trazendo pequenos detalhes que fazem toda a diferença.

29 de junho de 2015

[Resenha] O Príncipe dos Canalhas - Loretta Chase

Autor(a): Loretta Chase
Editora: Arqueiro
ISBN: 9788580413991
Páginas: 288
Ano: 2015
Skoob
Avaliação: 4/5 + ♥

Sinopse: Sebastian Ballister é o grande e perigoso marquês de Dain, conhecido como lorde Belzebu: um homem com quem nenhuma dama respeitável deseja qualquer tipo de compromisso. Rejeitado pelo pai e humilhado pelos colegas de escola, ele nunca fez sucesso com as mulheres. E, a bem da verdade, está determinado a continuar desfrutando de sua vida depravada e pecadora, livre dos olhares traiçoeiros da conservadora sociedade parisiense. Até que um dia ele conhece Jessica Trent...
Acostumado à repulsa das pessoas, Dain fica confuso ao deparar com aquela mulher tão independente e segura de si. Recém-chegada a Paris, sua única intenção é resgatar o irmão Bertie da má influência do arrogante lorde Belzebu.
Liberal para sua época, Jessica não se deixa abater por escândalos e pelos tabus impostos pela sociedade – muito menos pela ameaça do diabo em pessoa. O que nenhum dos dois poderia imaginar é que esse encontro seria capaz de despertar em Dain sentimentos há muito esquecidos. Tampouco que a inteligência e a virilidade dele pudessem desviar Jessica de seu caminho.
Agora, com ambas as reputações na boca dos fofoqueiros e nas mãos dos apostadores, os dois começam um jogo de gato e rato recheado de intrigas, equívocos, armadilhas, paixões e desejos ardentes.

Esse foi, de fato, o primeiro romance de época que li (embora o Tiago discorde). A linguagem é mais rebuscada em relação aos livros que estou acostumada a ler. Por nunca ter tido contato, foi uma leitura cheia de novidades e eu me encantei logo de cara. Eu não conseguia entender o fascínio que esse gênero proporcionava nas pessoas, mas acredito que me iniciar com esse livro foi uma pedida certa. 

A autora trabalhou muito bem no desenvolvimento dos personagens. Jessica é bem evoluída para os padrões da época, notei certos traços do feminino e gostei muito disso. Belzebu faz jus ao apelido, com seu jeito canalha, bronco e (muitas vezes) machista. Existem outros personagens de plano de fundo, que inclusive possuem seus próprios livros, mas a narrativa foca mesmo é no casal e em suas (muitas) brigas.

Uma das coisas que mais gostei na história foi essa briga de cão e gato entre os dois. Não é um romance daqueles que a mocinha beija o chão que o seu par pisa. Muito pelo contrário, Jessica é super decidida e não mede esforços para conseguir o que deseja. Mesmo que para isso ela precise arriscar a sua reputação. Eu gostei muito de como a autora mostrou o amadurecimento de ambos, seja por meio de gestos ou de falas. 

Falando nisso, adorei a forma como Loretta criou um ar de fofoca na cidade. Eita gente pra falar da vida alheia! Mas eu sou do povão e se estivesse lá na época é certo que ia estar fofocando também. Eu gostei muito de como ela utilizou desse argumento para construir toda a trama.

Existem algumas enrolações na história que me incomodaram um bocado, mas nada muito grave para me desanimar. Apesar de Jessica ter a característica de se inserir no meio da homaiada, não vi necessidade de ter toda uma descrição da ida dela à luta, por exemplo. Mas fora isso, o resto do livro é muito bom.

Eu tinha um pé atrás com o gênero por achar que conteria uma gama grande de cenas hot. Mas me enganei redondamente; Existe romance e existe o sexo, mas é tudo na dose certa, sem nenhum exagero. Toda a trama cria um clima de tensão entre os protagonista e eu achei isso ótimo, porque você fica a todo tempo torcendo por eles.

O Príncipe dos Canalhas é parte de uma série, porém a história dos personagens termina nesse livro. É claro que existem algumas pontas soltas, mas não a ponto de existir a necessidade de um outro livro. A narrativa termina muito bem, fazendo jus a tudo o que eu escutei sobre. A diagramação da Arqueiro foi impecável e esse é um dos que entrou para os favoritos do ano.

22 de maio de 2015

[Resenha] Uma Longa Jornada - Nicholas Sparks

Autor(a): Nicholas Sparks
Editora: Arqueiro
ISBN: 9788580413885
Páginas: 368
Tradutor: Maria Clara de Biase
Ano: 2015
Skoob
Avaliação: 3,5/5

Sinopse: Aos 91 anos, com problemas de saúde e sozinho no mundo, Ira Levinson sofre um terrível acidente de carro. Enquanto luta para se manter consciente, a imagem de Ruth, sua amada esposa que morreu há nove anos, surge diante dele.
Mesmo sabendo que é impossível que ela esteja ali, Ira se agarra a isso e relembra momentos de sua longa vida em comum: o dia em que se conheceram, o casamento, o amor dela pela arte, os dias sombrios da Segunda Guerra e seus efeitos sobre eles e suas famílias.
Perto dali, Sophia Danko, uma jovem estudante de história da arte, acompanha a melhor amiga até um rodeio. Lá é assediada pelo ex-namorado e acaba sendo salva por Luke Collins, o caubói que acabou de vencer a competição.
Ele e Sophia começam a conversar e logo percebem como é fácil estarem
juntos. Luke é completamente diferente dos rapazes privilegiados da faculdade. Ele não mede esforços para ajudar a mãe e salvar a fazenda da família.
Aos poucos, Sophia começa a descobrir um novo mundo e percebe que Luke talvez tenha o poder de reescrever o futuro que ela havia planejado.
Isso se o terrível segredo que ele guarda não puser tudo a perder.
Ira e Ruth. Luke e Sophia. Dois casais de gerações diferentes que o destino cuidará de unir, mostrando que, para além do desespero, da dificuldade e da morte, a força do amor sempre nos guia nesta longa jornada que é a vida. 

Não sou uma especialista nas histórias do Sparks, mas sei que a grande maioria delas acaba triste. Podem pensar que eu sou masoquista, mas depois de ter contato com a escrita do autor, eu quis mais. Fazer o que se gosto de narrativas tristes?

Uma Longa Jornada não se trata apenas de uma história de amor entre um cowboy e uma mocinha da cidade. Também não é sobre um viúvo que sofreu um acidente. Existe mais no enredo e esse mais que a tornou especial. Contudo, não foi o suficiente para me arrancar suspiros e um favorito.

O livro é dividido entre as recordações de Ira e o romance de Luke e Sophia. Vocês devem estar se perguntando (e eu também fiz isso) sobre o que essas duas histórias tem em comum. Bom, vão ter que ler para descobrir. Vale a pena, juro.

Eu gostei muito da forma como os personagens foram construídos. Sophia não é uma garota que desiste fácil ou que começa a chorar diante da primeira dificuldade. E Luke é o oposto do que estou acostumada. Ele é bronco, mas não é grosso. E é esforçado demais, sem contar o carinho que ele demonstra por quem está do seu lado.

Não consigo definir se gostei ou não de Ira, as divagações que ele tem e suas recordações por vezes me entediaram. Porém, a história dele e de Ruth é apaixonante e, adivinhem, triste. Mas sempre é possível encontrar a beleza na tristeza e isso o autor deixa claro durante todo o enredo.

É fato que Sparks escreve para que seus livros virem filmes, a quantidade de elementos que possibilitam a visualização é muito grande. Muitos podem taxar como sendo romances “água com açúcar” ou “de sessão da tarde”. Mas eu já vejo diferente, eles possuem uma profundidade e também uma lição ao fim de cada um. O próprio nome do livro deixa isso claro, pois remete a vida e às escolhas que fazemos nela.

Uma coisa que acho incrível é como o autor consegue criar vários ambientes diferentes. Ele possui a fórmula do drama que vai fazer com que você chore muito, óbvio, mas ao mesmo tempo ele consegue criar uma gama de possibilidades para os personagens. Isso faz com que cada livro tenha um estilo e um propósito diferente. Acho muito bacana quando um autor consegue fazer isso.

Confesso que esperava mais de Uma Longa Jornada, talvez porque comecei a leitura logo por O Melhor de Mim (que dizem ser o melhor do Sparks também) e criei uma expectativa muito grande. Mas é uma história apaixonante e que serve ao propósito de entreter. Preparem os lenços também, porque é difícil não se emocionar.

7 de março de 2015

[Resenha] Tensão - Gail McHugh

Autor(a): Gail McHugh
Editora: Arqueiro
ISBN: 9788580413731
Páginas: 335
Tradutor: Claudia Costa Guimarães
Ano: 2015
Skoob
Avaliação: 2/5

Sinopse: Após a morte da mãe, a vida de Emily Cooper vira de cabeça para baixo. Ela precisa de um novo começo, e Dillon Parker, seu namorado, a convence a se mudar para mais perto dele a fim de passarem mais tempo juntos.
Em Nova York, Emily arranja um emprego temporário como garçonete em um restaurante no centro de Manhattan. Ao sair para fazer uma entrega logo no primeiro dia de trabalho, ela esbarra em Gavin Blake, um empresário sexy e bem-sucedido. Assim que seus olhares se encontram, há uma tensão no ar, mas nenhum dos dois consegue entender ou explicar essa forte conexão. Atormentada, Emily tenta não pensar muito naquele desconhecido que mexeu tanto com ela.
Porém, ela descobre que Dillon e Gavin são amigos e que terá de conviver com ele muito mais do que poderia ter imaginado. Perdida em sentimentos confusos, Emily sente o desejo por Gavin crescer e se tornar mais ardente a cada vez que se encontram. Será que os dois vão resistir à tensão ou se entregar a essa paixão, apesar de todas as consequências?

Antes de iniciar a resenha gostaria de prevenir a quem não leu o livro. Posso soar dura e bem, não vou dar spoilers, mas também não vou deixar de comentar os motivos que me fizeram desgostar extremamente de Tensão.

Emily passou por períodos difíceis, sua mãe faleceu e ela se mudou para NY, para recomeçar sua vida ao lado do namorado, Dillon, e de sua melhor amiga, Olivia. Comecei a leitura muito bem, porém isso não durou até o segundo capítulo. Um dos problemas se encontra na protagonista, mas não se restringe somente a ela. Simplesmente não me desce uma mocinha que aceita absolutamente tudo sem reclamar.

E é aí que mora o perigo. O relacionamento dela com Dillon é, acima de tudo, completamente abusivo. Ele é superprotetor, isso pode parecer fofo no início, considerando toda a reviravolta que sua vida teve. Mas a partir do momento em que o cara a obriga a trocar de roupa porque ele não quer que o resto do mundo veja o corpo da mulher, por favor, temos um problema sério. O que mais me incomodou em toda essa situação foi que Emily não se impõe, ela abaixa a cabeça e aceita como se estivesse ok.

No seu primeiro dia de trabalho, ela “conhece” Gavin. A química inevitável ocorre e começa todo esse jogo. A questão é que nisso começa todo um clichê batidão e que a autora não soube trabalhar. Temos o caso: namorado possessivo, mulher frágil e cara alheio que parece príncipe encantado. Só que acontece do cara alheio ser amigo do namorado possessivo. Obviamente isso iria dar confusão. Gavin poderia ser o oposto de Dillon, mas atitudes inumeráveis dele não fizeram com que eu caísse de amores.

Uma falha séria no enredo é a objetificação da mulher. Não apenas Emily, mas a maior parte do núcleo feminino é comparada a uma porta, sem conteúdo e sem pensamento. Gavin chega a dizer que são meros “preenchedores de vazio”, basicamente para fazer sexo e pular para a próxima da fila. Eu sei que existem mulheres assim, tanto como sei que existem várias mocinhas que aceitam tudo caladas. Mas estamos em 2015, pleno século 21, e eu não penso que deveríamos ser retratadas assim. É machista e ofensivo, ainda mais vindo de uma autora. Uma, ou talvez a única, que salva neste grupo é Olívia. Ela sim sabe se impor, sabe o que quer e que não precisa se submeter a tudo para ter alguém ao seu lado.

Em certos momentos da leitura eu me animava com a história e pensava: agora vai. Nunca foi. Era virar a página e dar de cara no muro. Eu sentia esperança de uma melhora, torcia para isso, só que não aconteceu. Foi todo um conjunto de erros que não conseguiu ser menor que os irrelevantes acertos. E o final do livro é o mais inacreditável de tudo. Eu fiquei chocada, não no bom sentido, e injuriada por conta de tudo o que aconteceu.

Tensão tinha um plot excelente para ser trabalhado. Porém a autora não se arriscou, apostou no clichezão e, infelizmente, eu não estava no modo para isso quando li. Vai agradar a alguns, as cenas hot são realmente tórridas, mas nem isso me fez ter vontade de dar uma chance à continuação.

17 de novembro de 2014

[Resenha] O Melhor de Mim - Nicholas Sparks

Autor(a): Nicholas Sparks
Editora: Arqueiro
ISBN: 9788580413342
Páginas: 272
Tradutor: Fabiano Morais
Ano: 2014
Skoob
Avaliação: 5/5 + ♥

Sinopse: Na primavera de 1984, os estudantes Amanda Collier e Dawson Cole se apaixonaram perdidamente. Embora vivessem em mundos muito diferentes, o amor que sentiam um pelo outro parecia forte o bastante para desafiar todas as convenções de Oriental, a pequena cidade em que moravam. Nascido em uma família de criminosos, o solitário Dawson acreditava que seu sentimento por Amanda lhe daria a força necessária para fugir do destino sombrio que parecia traçado para ele. Ela, uma garota bonita e de família tradicional, que sonhava entrar para uma universidade de renome, via no namorado um porto seguro para toda a sua paixão e seu espírito livre. Infelizmente, quando o verão do último ano de escola chegou ao fim, a realidade os separou de maneira cruel e implacável. Vinte e cinco anos depois, eles estão de volta a Oriental para o velório de Tuck Hostetler, o homem que um dia abrigou Dawson, acobertou o namoro do casal e acabou se tornando o melhor amigo dos dois. Seguindo as instruções de cartas deixadas por Tuck, o casal redescobrirá sentimentos sufocados há décadas. Após tanto tempo afastados, Amanda e Dawson irão perceber que não tiveram a vida que esperavam e que nunca conseguiram esquecer o primeiro amor. Um único fim de semana juntos e talvez seus destinos mudem para sempre.

Eu nunca tinha lido nada do Sparks, apenas visto alguns filmes (e chorado, obviamente). A primeira coisa que todo mundo comentou quando eu disse que ia ler O Melhor de Mim era que eu ia amar, a segunda era que eu ia chorar. Então, tudo isso aconteceu e muito mais.

Sim, eu comecei o livro com uma expectativa bem alta, mas mesmo assim preferi não me animar tanto, porque vai que né. Consegui finalmente entender todo o frisson que o autor causou na Bienal do RJ em 2013. Porque, de verdade, o cara escreve muito.

O Melhor de Mim poderia ser apenas um livro sobre um garoto pobre que se apaixona pela garota rica, os dois vivem um amor proibido, mas no final ficam felizes para sempre. Só que não é bem assim. Todo esse padrão de romance é desconstruído na trama, o que eu pensei ser óbvio se mostrou totalmente errado. E esse foi um dos mil motivos para ser um livro que eu amei.

Os personagens são muito bem construídos, assim como os diálogos. Em nenhum momento eu senti algo forçado na história, pelo contrário, todas as cenas passam um senso de realidade enorme. Foi dificílimo não me encantar pela história dos dois e torcer por eles, mesmo nos momentos errados.

E aí eu cheguei à parte onde o autor enfia a mão dentro do seu peito e arranca o coração. Fato que fui avisada e provei ser concreto: é impossível não chorar. Foi mais drama do que eu esperava, e isso não quer dizer que tenha sido ruim, e eu fiquei sem chão. Também fiquei com vontade de dar dois tapas no Sparks, e depois abraçar e beijar por conta da história maravilhosa.

Quando terminei O Melhor de Mim fiquei com uma sensação de vazio, acredito que só outros livros do autor poderão preencher esse buraco. Foi incrível entender por mim mesma o tanto que elogiam no autor e tirar isso à prova. Então, se você não leu, leia. Se você já leu, leia de novo. E se você acha que vai ser meloso demais, dramático demais e etc, leia também.

3 de outubro de 2014

[Resenha] Reconstruindo Amelia - Kimberly McCreight

Autor(a): Kimberly McCreight
Editora: Arqueiro
ISBN: 9788580412857
Páginas: 3521
Tradutor: Carolina Alfaro
Ano: 2014
Skoob
Avaliação: 4/5

Sinopse: Kate Baron pensava conhecer sua filha, até o momento em que recebe a notícia trágica de que sua filha de 15 anos, Amelia, cometeu suicídio. Transitando entre os meses anteriores à morte de Amelia, assim como o passado de Kate, Reconstruindo Amelia conta uma história regada a mistério, questionamento e segredos.

Reconstruindo Amelia foi um daqueles casos de julgando pela capa. Não li a sinopse do livro, nem nenhuma resenha, apenas olhei a capa e pensei “esse livro parece ser bom”. E, ainda bem, que não errei no julgamento. Embora não tenha simpatizado com os personagens, confesso que senti uma estranheza em Kate, por ela ser tão ausente da vida da filha, a história possui um desenrolar excelente.

A transição espaço-tempo foi uma das partes que me deixou confusa no início, mas depois me situei e a narrativa fluiu muito bem. Amelia não era popular, nem a mais bonita da escola, mas o que sua mãe não a conhecia de verdade. Introduzindo o bullying como apoio, o livro mostra que até os segredos mais bem guardados podem vir à tona.

Um ponto importante e que foi bem focado era a ausência de amizades na vida de Amelia, o que a tornava suscetível a aceitar qualquer um na sua vida. Sylvia, a melhor amiga da protagonista, não me pareceu ser uma boa amiga. Pelo contrário, o jeito mandão e egoísta só contribuiu para eu desgostasse da personagem. A troca de mensagens com Ben, um garoto misterioso, também mostrou a ingenuidade de Amelia.

Kate se encontra perdida entre as milhões de mensagens, atualizações de Facebook, em busca da verdade. Afinal, para ela Amelia não tinha problemas. A culpa que se instala na mente dela é o que catalisa sua crença em Amelia não ter pulado do telhado da escola. Mas as descobertas que Kate faz durante a sua busca mostram que, apesar das aparências, Amelia tinha motivos suficientes para cometer suicídio.


O desfecho da história foi satisfatório, basicamente deu um nó na minha mente, porque eu não esperava que fosse fechar daquela forma. O livro não me tocou emocionalmente, embora as memórias compartilhadas por Kate de sua filha fossem bonitas. Acho que o clima de mistérios e segredos ao redor da narrativa meio que ofuscou isso. Apesar de tudo, foi um bom livro. A autora cumpriu o que prometeu na sinopse. 

29 de julho de 2014

[Resenha] Seis Anos Depois - Harlan Coben

Autor(a): Harlan Coben
Editora: Arqueiro
ISBN: 9788580412536
Páginas: 272
Tradutor: Ricardo Quintana
Ano: 2014
Skoob
Avaliação: 5/5 + ♥

Sinopse: Jake Fisher e Natalie Avery se conheceram no verão. Eles estavam em retiros diferentes, porém próximos um do outro. O dele era para escritores; o dela, para artistas. Eles se apaixonaram e, juntos, viveram os melhores meses de suas vidas. E foi por isso que Jake não entendeu quando Natalie decidiu romper com ele e se casar com Todd, um ex-namorado. No dia do casamento, ela pediu a Jake que os deixasse em paz e nunca mais voltasse a procurá-la.
Jake tentou esconder seu coração partido dedicando-se integralmente à carreira de professor universitário e assim manteve sua promessa... durante seis anos.
Ao ver o obituário de Todd, Jake não resiste e resolve se reaproximar de Natalie. No enterro, em vez de sua amada, encontra uma viúva diferente e logo descobre que o casamento de Natalie e Todd não passou de uma farsa.
Agora ele está decidido a ir atrás dela, esteja onde estiver, mas não imagina os perigos que envolvem procurar uma pessoa que não quer ser encontrada.
Em Seis Anos Depois Harlan Coben usa todo o seu talento para criar uma trama sensacional sobre um amor perdido e os segredos que ele esconde.

Sou apaixonada por histórias policiais desde que me deparei com as prateleiras dedicadas à Agatha Christie na biblioteca da minha cidade. Sempre me recomendaram ler os livros do Harlan Coben, até que um dia eu resolvi comprar o livro Não Conte a Ninguém. Foi o único que li do autor, mas pude perceber o quanto a sua escrita era boa. Sendo assim, solicitei o mais novo lançamento dele Seis Anos Depois.

Novamente fiquei maravilhada com a forma que Harlan consegue criar uma trama que ao mesmo em que esclarece algumas coisas, te deixa com outras milhões de perguntas. Afinal, quem de nós que não ficaria nem um pouco curioso se descobríssemos que o amor da nossa vida tinha realizado um casamento falso e agora estava desaparecido? A história do livro é, basicamente, essa. Pode parecer mais do mesmo, mas não se enganem porque não é.

O protagonista da história, Jake Fischer, em inúmeras vezes me irritou. Não sei explicar direito, mas ele me pareceu muito trabalhado no mimimi, na lamúria de sempre com o “perdi o amor da minha vida”. Em certo ponto é compreensível e isso impulsionou um pouco a história, mas em algumas partes Jake foi tão (por falta de palavras melhor) tapado que eu tive vontade de jogar o livro longe de frustração.

A genialidade de Harlan para confundir minha cabeça ficou comprovada novamente. De início parecia que todas as informações eram jogadas ao acaso e que nada se juntaria. Nessa hora se acendia uma luz feito o Cumpadi Washington e falava pra mim: “sabe de nada, inocente”. Pois era bem assim que eu chegava ao final de alguns capítulos, com uma cara de tacho enorme porque pensava que tinha, finalmente, entendido tudo. E na verdade não era nada disso.

Sabe, muita gente pode não gostar de histórias assim, que confundem a cabeça, te deixam louca tentando descobrir o mistério e necas. Mas eu gosto, na verdade, amo. Acho que isso é um baita diferencial, descobrir tudo sozinha, de um modo óbvio, meio que tira a graça da história. Gosto de tramas bem desenvolvidas, de um quebra-cabeça que parece impossível de resolver, mas que só pede um pouco mais de atenção. E é nisso que o autor mais acerta, somente ele que tem a peça final do jogo, não importa o que você faça, uma lista, uma ordem cronológica dos acontecimentos. A verdade só vai aparecer nos últimos capítulos e, acreditem, vai ser bombástica.

O desfecho de Seis Anos Depois foi daqueles de me deixar de queixo caído. A resposta não era óbvia, mas Harlan conseguiu fazer tudo se ligar de uma forma que eu fiquei me questionando se não havia deixado passar algo. Se você é fã do gênero, eu mais que recomendo o livro. Se joga na leitura, tenho certeza que não vai se arrepender.

4 de junho de 2014

[Resenha] Amigas Para Sempre - Kristin Hannah

Autor(a): Kristin Hannah
Editora: Arqueiro
ISBN: 9788580412512
Páginas: 448
Tradutor: Cássia Zanon
Ano: 2014
Skoob
Avaliação: 4/5 + ♥

Sinopse: Tully Hart tinha 14 anos, era linda, alegre, popular e invejada por todos. O que ninguém poderia imaginar era o sofrimento que ela vivia dentro de casa: nunca conhecera o pai, e a mãe, viciada em drogas costumava desaparecer por longos períodos, deixando a menina aos cuidados da avó. Mas a vida de Tully se transformou quando ela se mudou para a alameda dos Vaga-lumes e conheceu a garota mais legal do mundo. Kate Mularkey era inteligente, compreensiva e tão amorosa que logo fez Tully sentir-se parte de sua família. Ao longo de mais de trinta anos de amizade, uma se tornou o porto seguro da outra. Tully ajudou Kate a descobrir a própria beleza e a encorajou a enfrentar seus medos. Kate, por sua vez, a ensinou a enxergar além das aparências e a fez entender que certos riscos não valem a pena. As duas juraram que seriam amigas para sempre. Essa promessa resistiu ao frenesi dos anos 1970, às reviravoltas políticas das décadas de 1980 e 1990 e às promessas do novo milênio. Até que algo acontece para abalar a confiança entre elas. Será possível perdoar uma traição de sua melhor amiga? Neste livro, Kristin Hannah nos conta uma linda história sobre duas pessoas que sabem tudo a respeito uma da outra – e que por isso mesmo podem tanto ferir quanto salvar.

É difícil começar uma resenha sobre um livro que me emocionou tanto. Amigas Para Sempre tinha tudo para ser mais um livro clichê sobre o cotidiano de duas amigas que hora se amam, hora se odeiam. Mas ele é mais do que isso, a história se transforma a cada virada de página e chegando ao fim eu me peguei pensando (como já pensei tantas outras vezes): por que faz isso comigo, Kristin?

Não acredito em coincidências e acho que não foi por acaso que os caminhos de Tallulah (Tully) e Kate (Katie) Mularkey se cruzaram. Tully vivia uma vida conturbada depois dos abandonos constantes de sua mãe, enquanto Katie tinha uma família no estilo comercial de margarina. A amizade das duas é uma daquelas coisas estranhas que acontecem na vida, quando duas pessoas tão diferentes se encontram e se completam. Acho que, no fundo, essa é a grande beleza do livro.

De início achei que iria odiar a leitura, porque Tully conseguia ser um verdadeiro pé no saco (em muitas situações), e Katie podia incorporar o mimimi em pessoa. Mas depois eu me despi dos pré-conceitos, analisei que mesmo sendo personagens elas não precisam ser perfeitas, o bonito de uma história é quando os personagens se tornam reais, com defeitos, medos e inseguranças. Sempre vai existir alguma pessoa ambiciosa, mas que no fundo morre de medo de perder sua melhor amiga. E sempre vai existir uma pessoa quieta, que parece insegura, mas que possui mais força do que qualquer um poderia acreditar.

Amigas Para Sempre não é, nem de longe, uma leitura fácil. Não questionei abandonar o livro, mas em algumas partes eu tive a necessidade de parar, senão não iria aguentar. A narrativa em terceira pessoa ora foca em Tully, ora foca em Kate, começando pelos anos 70, e mostrando a história de uma amizade fictícia que, querendo ou não, é mais verdadeira que muitas reais por aí. Existe muito drama envolvido, principalmente por parte de Tully, e algumas cenas dispensáveis.

O livro tem o poder te deixar com uma ressaca literária enorme, devido ao peso de toda a sua história. Não é uma história bobinha e engraçadinha de duas melhores amigas, ela é forte e transmite realidade. Kristin Hannah fez um trabalho muito bonito mostrando a evolução da amizade das duas, até mesmo no “rompimento” das duas, foi tudo muito bem construído e marcante.

Nem todos vão gostar do livro como eu gostei, isso é fato, mas eu criei uma conexão com Amigas Para Sempre, a história me tocou e eu quis fazer parte da juventude das duas, ao som de Dancing Queen.