Comecei a assistir Glee
em 2009, mas não desde o início da série. Eu estava no meu segundo ano do
Ensino Médio e sempre via a propaganda da FOX onde Finn aparecia cantando o
mashup de It’s My Life e Confessions. Mas eu não tinha o canal e estava de castigo
da internet, isso mesmo, então não tinha como ver sobre o que era. Por
sorte, um amigo que assistia me passou algumas das músicas e todos os episódios
lançados. Foi onde viajei para Ohio, estudei no McKinley High School e fiz
parte do Glee Club, mais conhecido como New Directions.
Já faz quase seis anos que isso
aconteceu. Apesar dos inúmeros erros e do quanto reclamei, é impossível não
ficar nostálgica ao pensar que esse ciclo chegou ao fim. Por conta de Glee,
eu aprendi que o que realmente importa é ser quem você é. Eu me formei duas
vezes, pois querendo ou não, a série faz parte de quem eu sou. Eu me encontrei
naqueles personagens, na sua personalidade complicada e nos seus sonhos.
A série passou por tempos
difíceis, por muitas vezes eu quis abandonar (na verdade, parei de assistir à
quinta temporada após o 5x03, só voltei para maratonar e acompanhar a sexta e
última). Em muitos episódios eu questionei onde estava à verdadeira essência da
série, era uma chuva de novos personagens que não me cativavam, que me faziam
pensar que o Glee Club estava, de fato, morto.
A sexta temporada funcionou como
um lembrete de que a genialidade de Ryan Murphy não morreu. Que ele ainda sabe
como produzir um show, como conduzir um roteiro e como esmagar meu coração. Foram
episódios que me fizeram chorar, do início ao fim. A série conseguiu sua
redenção, pelo menos comigo, e quando eu olhar para trás vou saber que não foi
em vão.
Eu aprendi e cresci com esses
personagens, eu vivi seus dramas, eu chorei e sofri cada término como se fosse
o meu. Vibrei com cada conquista, cantei a plenos pulmões como se fosse eu
junto com eles no palco. Sei que por muitas vezes disse que a série estava uma
merda, mas Glee é aquilo que eu amo odiar e odeio amar. Na mesma
proporção.
Glee foi um discurso de amor, de
auto aceitação. Por muitos anos foi o que me ajudou a superar os dias ruins e
saber que as coisas mudam. Fez com que eu me sentisse parte de algo especial,
afinal: ser parte de algo especial, te torna especial, certo? Eu não tenho
palavras para descrever o sentimento, tem um buraco no meu peito e acredito que
nenhuma outra série conseguirá tampá-lo.
É com um sentimento agridoce que
me despeço de todos esses protagonistas. Fico triste porque não terei mais um
episódio para surtar, chorar ou reclamar (porque eu faço muito isso). Mas fico
feliz porque sei que posso tê-los novamente na hora em que eu desejar. Basta
abrir o Netflix. Brincadeiras à parte, o que resta é o agradecimento ao ND e,
principalmente, a Will Schuester, por não deixarem de acreditar.