20 de julho de 2020

[Resenha] Tudo Aquilo Que Não Sou - Fernanda Campos

Autora: Fernanda Campos
ASIN: B07Z9YPXXH
Páginas: 333
Ano: 2019
Amazon
Avaliação: não existe classificação suficiente porque Vênus Maia não pode ser classificada (mentira, 5 estrelas e um dos favoritos da vida!)

Sinopse: Quando Vênus Maia decidiu fazer o curso de História, com o único intuito de curtir a vida universitária, ela não imaginava que seria confrontada com todos os fantasmas do passado, até então escondidos a todo custo nas cervejas baratas, tragos de maconha e cocaínas oferecidas por caras esperando algo em troca. Determinada a provar que quem tinha limites era município, estava tudo perfeitamente normal para a garota, por mais que seus amigos não tivessem tanta certeza disso. E continuaria muito bem, obrigada, deposite sua reclamação na entrada e dê meia-volta, se ela nunca tivesse encarado os olhos verdes críticos na pior aula da sua grade.
Pedro Vale não era o mais impulsivo dos homens. Aos vinte e seis anos e voltando para sua cidade natal para realizar um grande sonho, ele não esperava que algo mais forte que os ventos de Ponte Belo cortaria seu caminho e o derrubaria sem deixar qualquer rastro de explicação. Especialmente quando esse fenômeno não explicado era nada mais, nada menos, do que a garota que estampava o nome da deusa que o impulsionou a trilhar toda sua carreira acadêmica-científica.
Ser opostos e obrigados a se relacionarem, por terem amigos em comuns, já seria complicação o suficiente. A atração sexual quase impossível de ser negada e o drama que os envolvia, sem que eles sequer desconfiassem disso, piorava o que parecia uma brincadeira de muito mal gosto do Destino. Afinal, mais do que a encarnação de um sonho pueril, Vênus também era o pior pesadelo de Pedro. E ela não estava na mais confortável das posições, considerando que ele trazia à tona tudo aquilo que ela queria não lembrar de ser.

Existe uma vida antes e uma vida depois de conhecer Vênus Maia. Eu, por exemplo, conheci essa personagem icônica em 2018, no livro As Estrelas Sabem, onde ela nem era a personagem principal, mas roubou várias cenas. Porque Vênus é assim. Ela não pede licença, já chega metendo os dois pés na porta e quando você vê, já está imerso no mundo caótico dessa menina. Afinal, o que poderíamos esperar de alguém que leva o nome de uma divindade, não é mesmo?

Eu me encantei com a Vênus desde o início, porque me identifico com alguns trejeitos da sua personalidade (porém muito mais da Vênus que conheci em AES, do que nessa de antes). Inclusive quando eu comento sobre essa identificação (tanto com a Vênus, quanto com o Caio, de O Lado Sombrio da Lua) a Fernanda se desespera e só lança um "amada?". Mas é isso, sou tão complexa quanto esses personagens.

Mas vamos falar do que realmente interessa: Vênus Maia. Porque é impossível deixar Vênus de lado, mesmo quando as pessoas tentam, ela está lá. Com uma camisa de banda indie (nunca errou), um cigarro na mão e lotada de verdades que muitas vezes as pessoas preferem fingir que não existem. A Vênus do início de TAQNS é uma bomba prestes a explodir. Como uma tempestade, ela tem o poder de arrasar tudo e todos no seu caminho, mesmo que na maioria das vezes ela não tenha a menor intenção de fazer isso. Mas o que me chama atenção demais nessa personagem, é a quantidade de realidade que ela carrega. Vênus pode ser facilmente encontrada em muitas calouras de faculdade, que muitas vezes não fazem ideia se estão no curso certo, e que querem aproveitar ao máximo o estilo de vida universitário, sem pensar nas consequências.

Por outro lado, nós temos ele: Pedro Vale. O super herói de Ponte Belo, sempre disposto a salvar a todos, mesmo que estes não queiram ser salvos (Vênus que o diga). Vindo da família mais influente da cidade, porém fazendo parte das ovelhas negras, Pedro é um prodígio no mundo acadêmico, afinal, 26 anos, com um doutorado em História conquistado na Itália, professor acadêmico, vários artigos publicados internacionalmente, e um Lattes de dar inveja em qualquer um. Ele vê seu mundo abalado ao descobrir que, de fato, existia uma Vênus no mundo real, porém muito longe das suas idealizações.

E como quem vê cara não vê coração (e muito menos o café favorito da pessoa, como bem diria Luana), esse encontro não poderia ser menos do que um choque de mundos. E ao mesmo tempo, não poderia ser tão certo e necessário. Por mais que os dois neguem, Vênus e Pedro estavam destinados a ter os seus caminhos cruzados. Até porque Ponte Belo é minúscula e em algum momento eles iriam se encontrar mesmo. Mas para além da necessidade desse encontro, ao longo do livro podemos ver como ambos precisavam de um na vida do outro. Vênus precisava de alguém que a entendesse (e a salvasse), ao passo que Pedro precisa desse balanço na sua vida.

Não se engane ao pensar que TAQNS é uma história de amor. Este fica completamente em segundo plano. O que temos aqui é uma evolução imensa de ambos os personagens principais. E também do impacto que causamos na vida das pessoas, mesmo que involuntariamente. É uma história sobre amizade também. Sobre se doar incondicionalmente, e também avaliar até que ponto estamos dispostos a aguentar todas as tormentas por alguém que parece não ter consciência da destruição. É também sobre perdão, principalmente sobre se perdoar. Aceitar a culpa e conviver com ela, e entender que ela não é confortável, mas que podemos lidar com ela.

Fernanda fez um trabalho belíssimo em discutir questões importantes, muitas vezes tratadas como tabu na literatura, como abuso de substâncias, violência sexual e saúde mental de uma forma extremamente verdadeira. Justamente por saber bem do que estava falando, ela não tratou esses temas com leviandade. E tudo isso com cenas que em um momento você quer matar os personagens, em outras você só quer colocar numa redoma de vidro e proteger para sempre.

Tudo Aquilo Que Não Sou é um livro que eu posso ler mil vezes e sempre vou me deparar com algum debate que eu deixei passar. Sempre vai me deixar reflexiva e analisando não somente essas questões discutidas, como muitas outras. É um livro riquíssimo em detalhes, com uma trilha sonora perfeita, milhões de referências à cultura pop, além de piadinhas atravessadas bem no estilo Vênus Maia de ser. Inclusive se deixarem, eu faço um TED Talk sobre esse livro, porque palavras para elogiar não me faltam (mas vocês provavelmente já estão cansados depois de 786 palavras).

O que eu posso dizer (além de tudo que já disse) é simplesmente: LEIAM! Abram seu mundo (e sua mente) a esse caos que é ter Vênus em sua vida, assim como Pedro foi capaz de fazer. Estejam dispostos a conhecerem essa divindade em forma de mulher, e acompanhem a evolução imensa dela, e de todos que a cercam.

Tudo Aquilo Que Não Sou pode ser encontrado na Amazon mais próxima de você pela bagatela de R$7,00 ou gratuito pelo Kindle Unlimited: https://amzn.to/30nXVTS.

10 de janeiro de 2019

Metas literárias para 2019 + lista de leitura janeiro

Oi, gente!



Como vocês estão nesse início conturbado de 2019? Tô sumida por aqui né? Depois de tirar férias do blog voltei mais uma vez. Porém continuei lendo, aliás, li coisa pra caramba ano passado, só não documentei porque a vida estava corrida.

Uma das minhas resoluções de ano novo foi justamente manter o blog ativo, seja por aqui, pelo Instagram ou pelo Twitter. A página do Facebook ainda está ativa, só preciso ajustar, mas a interação por lá não é o melhor caminho, na minha opinião.

E como em todo início de ano é comum traçar metas. As minhas metas pessoais já foram devidamente escritas e enviadas para a Ananda do futuro ler no final do ano. É que assim, eu sempre escrevo uma carta (é um e-mail, mas tá valendo) para mim no FutureMe e envio para chegar no final do ano. Essas minhas cartas geralmente vêm em forma de esporro, e eu sempre acabo chorando porque canceriana aqui, né mores?

As metas que vou mostrar para vocês são as literárias e nesse post elas vêm acompanhadas da lista dos livros que pretendo ler em janeiro. No final do mês eu faço um post se consegui cumprir a meta dos livros, e tal.

Sobre resenhas: pretendo fazer por aqui e também pelo Instagram (inclusive já tem resenha lá sobre A Herdeira da Mariana Ribeiro). Vou continuar trazendo outros conteúdos também, sobre músicas, séries e etc. Ainda não recuperei o ritmo de escrita que eu tinha, nem o planejamento de posts. Mas com o tempo isso vai se ajustar.

Então, sem mais delongas, as metas literárias que eu tracei para este ano são:

  • Ler pelo menos 10 livros por mês;
  • Pelo menos 2 nacionais por mês;
  • Pelo menos 4 serem escritos por mulheres (por mês também);
  • Uma releitura por mês (para avaliar se meu conceito sobre o livro mudou);
  • Um livro clássico por mês;
  • E por fim, só comprar livro que eu for realmente ler (porque gente, já comprei uma porrada de livro e até hoje eles estão empoeirando na estante :/).

Essas metas são iniciais, pode ser que eu aumente essa lista depois. Mas são as metas de prioridades, sabe? Porque só assim pra eu organizar minha vida (e isso eu vou precisar MESMO).

Para esse mês eu escolhi os seguintes livros:

  1. Mensageira de Sorte – Fernanda Nia;
  2. Um sorriso ou dois – Fred Elboni;
  3. Quando tudo volta – John Corey Whaley;
  4. A pousada Rose Harbor – Debbie Macomber;
  5. Sobrevivente – Chuck Palahniuk;
  6. Uma história de amor e TOC – Corey Ann Haydu;
  7. Laranja Mecânica – Anthony Burgess;
  8. Como reconquistar um amor perdido – Clara Alves;
  9. Legend – Marie Lu;
  10. Minha vida (não) é uma comédia romântica – Lola Salgado;
  11. Contra Tempo – Henri B. Neto. 

Mensageira da Sorte foi o primeiro livro que li nesse ano (já concluí a leitura e amei!!), em breve trago a resenha para vocês.

Bom, é isso, gente! Fiquem ligados nas redes sociais do blog que pretendo ficar mais ativa por lá. Até a próxima! =)

16 de julho de 2018

A [insira aqui um número] explicação de sumiço do blog

OI, GENTE! TURUBON?


Estou aqui não para me desculpar pelo sumiço, muito menos pra justificar. No dia 07/08/2018 o blog completa: UM ANO DE ABANDONO. Ou completaria, visto que eu tô aqui atualizando né? Eu poderia dizer que eu tentei escrever pro blog, poderia falar que tenho vários rascunhos de resenhas prontos, mas estaria mentindo.

O blog sempre foi uma parte importante de mim, porém chegou um dado momento que eu não conseguia nem abrir essa tela sem ter um ataque de nervos por: cobrança (de mim mesma) pra escrever resenha, trazer conteúdo novo, etc etc. Daí o que eu fiz? Fugi.

E eu resolvi tirar um tempo para entrar num relacionamento seríssimo comigo mesma. Fiz tudo que me deu na telha, incluindo: colocar um piercing (tudo bem que isso foi antes do abandono, mas acho que não comentei aqui, então continua sendo novidade), viajar pra BH e conhecer alguns ícones que a finada Pretty Little Liars trouxe pra minha vida (alô, Floods), me levar pra passear em SP e enfrentar os 3 dias do Lollapalooza sozinha. Essa última eu achei que ia ser pior, mas foi uma das melhores experiências da minha vida, recomendo. E por fim, entrei numa segunda graduação.

Continuo na área de química, mas agora estudando pra virar a professora que eu sempre jurei que não ia ser. Mas o negócio é que eu me encontrei dentro da sala de aula. Não me vejo fazendo outra coisa e é isso, né mores? Aquele papo de siga os seus sonhos que todo mundo já tá cansado de ouvir.

Eu continuo lendo MUITO, na verdade até mais do que quando estava com o blog antigo. Adquiri recentemente um Kindle Paperwhite (ALÔ, AMAZON, ME PATROCINA) e gente, aquilo mudou minha vida. Eu leio muito mais rápido lá do que nos livros físicos. O que me levou a me desfazer de parte da minha coleção. Ainda mantive muita coisa, mas os livros que eu tinha certeza que não ia nunca mais abrir foram para outras casas. Afinal, livro tem que rodar né?

OUTRO fato aleatório, mas importantíssimo da minha vida é que decidi me converter ao vegetarianismo. A um ramo dele, no caso o ovolactovegetariano. Porque ainda não consegui abandonar os queijos. Isso causou um frisson na minha família e agora eu sou a loka das receitinhas vegetarianas e descobri que amo os leguminhos e dá sim pra viver sem bacon.

Acho que isso resume bem o que eu andei fazendo da vida. Dito isto, vamos ao que interessa. COMO VAI FICAR O BLOG DAQUI PRA FRENTE? (aliás, eu implementei o caps na minha vida, então peço desculpas, mas hoje em dia é tudo surtado mesmo)

Em nenhum momento desse hiatus eu quis apagar o blog. A única limpa que eu fiz foram uns posts que já não faziam parte da minha realidade e que não valeria a pena manter. Primeiro eles foram pro rascunho, mas num momento de clareza eu resolvi deletar mesmo e: foi a melhor sensação do mundo. Assim, eu tô aqui pra dizer pra vocês que o blog vai seguir lindo e vivo sim. Não tenho como prometer uma frequência exata de posts por semana porque vai ser muito do que vier em mente. Não quero mais colocar pressão em cima de mim, por isso os posts vão ser lançados quando eu estiver inspirada, meio que no modo relâmpago, ok?

Por fim, criei um Instagram pro blog e pretendo postar mini-resenhas por lá, além de dar continuidade aos livros que eu li (já criei um destaque por lá). Sigam o ícone: https://www.instagram.com/entrelinhascasuais/

É isso, meus amores. Confesso que eu tinha prometido sexta que ia sair post, mas tudo isso foi escrito agora, ao vivaço mesmo. Porque é assim mesmo que eu funciono hahaha

Até a próxima! ♥

7 de agosto de 2017

[Resenha] Inquebrável - Robson Gabriel

Autor(a): Robson Gabriel 
Editora: Ler Editorial
Ano: 2017
Avaliação: 5/5 + ❤️

Sinopse: Dor. Esta é a única coisa que consigo sentir agora. Jamais pensei, em toda a minha vida, que seria abandonado por aqueles que diziam me amar. A sensação de impotência é agonizante, parece que vai rasgar o meu peito e destruir o restinho do eu que ainda sou.
Eu juro que tentei ser o garoto perfeito, o exemplo em tudo que fazia, mas chega uma hora em que a gente precisa se libertar. O verdadeiro Daniel estava bem ali, diante dos meus pais. Eles diziam me amar, mas aquilo não passava de uma mentira baseada em uma vida de controle.
Quando o pior aconteceu, pensei que estava sozinho, mas eu não estava. Foi quando percebi que os elos que formei nesta pequena jornada eram mais fortes que aço, todo o amor que senti conseguiu resistir ao trauma, se tornou inquebrável. Então, quero que vocês saibam que, assim como eu, não estão sozinhos. Não desistam de quem realmente são quando a dor te fizer chorar sem motivos.
Vocês já sabem como foi o começo desta história Estão prontos para saber como ela termina?

Começo avisando que vou tentar ao máximo não revelar nada sobre o enredo de Imperfeito, mas pode ser que a resenha contenha algum a spoiler.

Assim que terminei a leitura de Imperfeito com aquele final explosivo eu fiquei desesperada por toda e qualquer informação. Então vocês podem imaginar como eu fiquei quando o Robs me perguntou se eu tinha interesse em ler Inquebrável antes do lançamento né? E eu tinha esquecido, em partes, a capacidade que ele tem de acabar com meu psicológico em uma frase.

Todos estão bem abalados após os eventos que aconteceram (e me destruíram, vale dizer) no fim do primeiro livro. E isso fica visível em muitos personagens que parecem meio perdidos na história. A mãe do Dan me chamou muita atenção, tive uma raiva enorme dela no primeiro livro e neste eu fiquei surpresa em como ela conseguiu ao mesmo tempo piorar como pessoa, mas melhorar como personagem. Difícil de explicar sem dar spoilers, mas é porque mesmo me fazendo passar raiva, eu não considera o seu papel muito importante na narrativa. E neste foi bem significativo.

A escrita do Robs evoluiu muito nesse segundo livro, assim como os personagens. O drama ainda se mostra bem presente, mas muito bem trabalhado. Além disso, o enredo deu uma guinada que eu não imaginava e eu me surpreendi muito positivamente.

Eu gostei muito de como as cenas se encaixaram perfeitamente como o clima do livro. E o modo como este foi se tornando menos pesado conforme os personagens resolviam seus conflitos foi muito bem trabalhado.

Aliás, isso é um dos pontos mais altos no enredo. Todo mundo tem algum conflito interno para trabalhar, não só o Dan. E o Robs não deixou quase ninguém de fora (tem um personagem que eu fiquei MUITO curiosa sobre o que aconteceu, fiquei louca esperando uma explicação e no final Necas).

Foi incrível acompanhar a história de Dan, Andy e Ben. O final é lindo, de arrasar o coração e me levou as lágrimas, mas dessa vez de felicidade. Eu fiquei muito feliz em ter tido a chance de ler antes da maioria e posso garantir para vocês que a espera vale a pena. E, Robs, você merece todo sucesso.

29 de maio de 2017

[Resenha] Apenas Um Dia - Gayle Forman

Autor(a): Gayle Forman
Editora: Novo Conceito
ISBN: 9788581634500
Páginas: 378
Ano: 2014
Skoob
Avaliação: 4/5 + ♥

Sinopse: A vida de Allyson Healey é exatamente igual a sua mala de viagem: organizada, planejada, sistematizada. Então, no último dia do seu curso de extensão na Europa, depois de três semanas de dedicação integral, ela conhece Willem. De espírito livre, o ator sem destino certo é tudo o que Allyson não é. Willem a convida para adiar seus próximos compromissos e ir com ele para Paris. E Allyson aceita. Essa decisão inesperada a impulsiona para um dia de riscos, de romance, de liberdade, de intimidade: 24 horas que irão transformar a sua vida.
Apenas um Dia fala de amor, mágoa, viagem, identidade e sobre os acidentes provocados pelo destino, mostrando que, às vezes, para nos encontrarmos, precisamos nos perder primeiro... Muito do que procuramos está bem mais perto do que pensamos

Tenho este livro desde a época do seu lançamento pela Novo Conceito lá em 2014. Eu tinha tido meu primeiro contato com a autora na duologia Se eu ficar. Acredito que o motivo de não ter ficado tão animada com Apenas um dia foi a decepção que eu tive com Para onde ela foi. Dito isso eu só tenho um comentário: que arrependimento.

Tudo o que eu não encontrei nos dois primeiros livros que eu havia lido da Gayle esteve presente neste. Eu sempre levantei a bandeira de ser contra os romances no estilo miojo e mesmo que isso aconteça no livro, a forma como foi construída é bem diferente daqueles que "pessoas se conhecem, se apaixonam, casam e vivem felizes para sempre" em apenas um dia.

Eu enxerguei muito da Ananda adolescente na Allyson, talvez por isso tenha gostado tanto do livro. Sabe quando tudo o que você precisa é fugir? Allyson fez isso com Willem e eu achei incrível. Falando nele, ô pessoa cheia de segredos e mistérios! E isso contribuiu para eu não conseguir largar do livro.

A trama do livro não se passa somente em 24 horas. Aliás, isso é apenas o pontapé inicial da história. A narrativa em primeira pessoa ajudou muito na fluidez e a compreender melhor a personagem principal, seus medos e seu crescimento pessoal. E isso foi o que mais me animou com a trama.

Todo livro da autora que eu já tive contato traz alguma mensagem por trás. Nesse foi a busca própria identidade, o autoconhecimento. Em um certo ponto da história Allyson se encontra extremamente infeliz com a faculdade, a qual ela sabia que no fundo não era a sua vocação. E quem nunca passou por isso, né?

Comecei e terminei o livro em apenas um dia (perdoa a piada ruim) e indico muito. Inclusive passei uma raiva enorme com o final e fiquei desesperada pela continuação. A história se mostrou mais que uma trama de sessão da tarde e isso foi muito bom para mim que não tinha muitas expectativas.

Se interessou pelo livro e quer comprar? Então você pode procurar por um desconto no Cupom Válido que reúne várias promoções e cupons gratuitamente para a compra não pesar no bolso! ♥

8 de maio de 2017

Sobre tempo, mudanças e perspectivas (ou a falta delas)

Ei, povo!

Novamente volto de mãos vazias e pedindo desculpas pelo afastamento. Há 7 anos eu começava o blog, com outro nome, com outra mentalidade, enfim, o momento era outro. Estava eu na metade do meu último ano do ensino médio, enfrentando a crise adolescente que todo mundo tem de "que que eu vou fazer da minha vida?" e carregando as bads que só relacionamentos complicados trazem. Hoje eu já tô formada na faculdade, mas o resto? Continua exatamente a mesma coisa.

O que não quer dizer que nada tenha mudado. A Ananda de 23 anos tá bem diferente da de 16. E não só fisicamente. Consegui me libertar, pouco a pouco, das amarras de algo que não me fazia bem. Ainda tenho meus momentos de querer me jogar num canto e só chorar, acho que isso nunca vai mudar com os anos, mas boa parte do que não estava legal na minha vida se foi.



E isso é um dos motivos pelo qual o blog morreu um pouco. Eu sempre coloquei em todos os lugares que o blog funcionava como um escape, uma fuga. A justificativa, na maioria das vezes, era sobre a faculdade. Mas no fundo eu sabia que a resposta não era assim. O Carpe Diem (pra quem não sabe, antigo nome do Entrelinhas) nasceu como um diário que só um número bem pequeno de pessoas sabia. Eu tinha a liberdade de escrever (e jogar umas indiretas, pra que negar né?) sem precisar encarar um retorno. E se engana quem pensa que era somente sobre relacionamentos, embora a maioria seja. Eu encontrava neste espaço um lugar pra despejar todo o meu cansaço de enfrentar esse mundão.

Pode parecer besteira, mas a vida aos 16 anos é muito dura. Você tem que decidir o seu futuro ali e ainda assim, o futuro muda toda hora. A maioria dos meus posts era sobre escolhas. Eu nunca fui boa em escolher, sempre pensei demais e sempre fiquei com a sensação de que o outro caminho teria sido melhor, mais fácil talvez. As muitas reflexões que eu fiz durante o último ano me fizeram notar que eu acerto na maioria das vezes, mas levo tempo pra processar.

Outro "defeito" que eu tenho é de fazer muitos planos e surtar quando eles não saem do jeito que eu queria. Ou ficar colocando obstáculos. Ou até mesmo ficar planejando demais e fazendo de menos. E daí o que acontece? Eu não vivo.

Eu sempre coloco nas minhas metas de início de ano para viver mais. Tipo aquela história do "vamo?" e as vezes eu até quero ir, mas sempre tem uma voz no fundo da minha mente que fica me mando analisar todas as possibilidades. Acho que eu meio que criei um sistema de autodefesa após quebrar a cara tantas vezes. O negócio é que isso atrapalha e eu chego no final do ano e fico: mas já acabou e eu nem fiz nada.

Enfim, tô divagando e chegando a lugar nenhum. Mas esse post não tinha propósito mesmo. O negócio é que eu mudei, o tempo passou, minhas prioridades mudaram e no momento eu tô na crise pós faculdade sem saber o que fazer da vida. No final do ano passado eu fiz uma série de tweets sobre como 2016 foi um ano, apesar dos pesares, muito bom pra mim. E isso que me faz levantar a cabeça todo dia e seguir em frente, mesmo que a vontade seja a de agir como há 7 anos.

24 de abril de 2017

[Resenha] A história do futuro de Glory O'Brien - A.S. King

Autor(a): A.S. King
Editora: Gutenberg
ISBN: 9788582354346
Páginas: 240
Ano: 2017
Skoob
Avaliação: 3/5

Sinopse: O fim do ensino médio é uma época de possibilidades infinitas – mas não para Glory O’Brien, uma jovem norte-americana que não tem nenhum plano para o futuro. Sua mãe cometeu suicídio quando Glory tinha apenas 4 anos, e ela nunca parou de se perguntar se seguiria o mesmo caminho… Até que numa noite transformadora ela começa a experimentar um novo e surpreendente poder que lhe permite enxergar o passado e o futuro das pessoas.
De antepassados a muitas gerações futuras, a jovem é bombardeada com visões – e o que ela vê pela frente é aterrorizante: um novo líder tirânico toma o poder e levanta um exército. Os direitos das mulheres desaparecem. Uma violenta segunda guerra civil explode. Jovens garotas somem diariamente, vendidas ou confinadas em campos de concentração.
Sem saber o que fazer, Glory decide registrar todas as suas visões, na esperança de que a sua História do Futuro sirva de alerta e evite o que vem por aí.
Mas será que as pessoas vão acreditar nela? Será que estarão dispostas a fazer o que é necessário para impedir a concretização daquele destino medonho?
Nesta obra-prima sobre feminismo, liberdade e escolhas, A. S. King mais uma vez nos brinda com seu realismo fantástico para contar a história de uma garota que tenta lidar com uma perda devastadora.

Oi, pessoal! A Editora Gutenberg entrou em contato com o blog oferecendo a cortesia de A história do futuro de Glory O'Brien e como eu amei Os dois mundos de Astrid Jones resolvi me jogar na leitura.

Achei a sinopse super interessante, afinal sou apaixonada por viagens no tempo e tal. O problema é que a condução da história não me agradou muito. Glory apresenta claros sinais de ter sido afetada pelo suicídio da sua mãe, o que é óbvio. Ela é muito introspectiva e a narrativa em primeira pessoa leva o leitor a perceber os sentimentos que ela tem de tristeza e melancolia. Isso foi um ponto positivo na construção da personagem.

Por outro lado, a coadjuvante de Glory, Ellie, me irritou demais. Ela é bem diferente de Glory, foi criada numa comunidade hippie e estudou em casa. O meu maior problema com ela foi a necessidade que ela tem em sempre estar certa, em sempre saber de tudo. E aí ela meio que menospreza Glory e a amizade que as duas tem.

Como disse anteriormente, o plot é muito interessante. As visões que Glory tem são muito diferentes das de Ellie, que nem tem muita importância no contexto geral, para ser sincera. O futuro, principalmente, é muito assustador e o pior: é crível. A autora conseguiu criar um universo onde as visões futurísticas realmente podem acontecer. É só a gente parar para analisar as notícias que nos cercam. São as guerras civis, os muitos crimes passionais e isso tudo no livro ganha uma proporção medonha e nisso a autora acertou em cheio.

Eu demorei muito a conseguir encontrar um ritmo bom para a leitura, porque a maior parte da leitura, para mim, foi arrastada. Somente quando Glory começa a tomar atitudes sobre as visões, a confrontar os seus problemas é que comecei a me envolver de verdade. E mesmo assim, no geral não foi tão proveitoso quanto o primeiro livro que li dela.

No geral, o livro é bom, levanta várias questões importantes que devem sim ser debatidas. O único ponto que me incomodou mesmo foi a forma como as cenas foram descritas, achei tudo meio parado e isso não favoreceu para o meu ritmo.

Obviamente que eu recomendo o livro, pois toda a discussão que ele levanta é importantíssima. E mesmo que eu não tenha gostado tanto, é um que merece ser lido.


Até a próxima!

13 de fevereiro de 2017

Kindle Unlimited: Vale a pena?

Oi, pessoal!



Vocês já ouviram falar do Kindle Unlimited? Conheci o serviço no ano passado, mas só testei nesse último mês.

Basicamente funciona como uma biblioteca. Você escolhe o ebook que quer ler, faz o download e ao final da leitura devolve. Eu fiz o teste durante um mês e gostei bastante.

O preço do serviço é de R$19,90, o que eu não considero um valor absurdo porque se pararmos pra analisar livro (mesmo que em ebook) custa caro. Você pode alugar até 10 livros por vez, o que é uma grande vantagem.

O catálogo é enoooooooorme, tem muito ebook nacional e eu infelizmente não consegui ler nem metade do que conseguiria em um mês. Sim, eu optei por não continuar no serviço porque dinheiro tá faltando no momento.



O que eu senti falta é de acesso ao catálogo americano, achei que teria acesso, mas nem. Mesmo tendo cancelado, eu gostei muito e é algo que mais pra frente eu pretendo investir. Uma coisa que me deixou um pouco incomodada é que os livros mais populares não estão presentes no acervo. A maioria são de autores independentes e que tem preço de custo em torno de R$5,00. Isso é uma desvantagem para quem pensa em assinar para ler, por exemplo, livros da Intrínseca (não achei nenhum).

O que eu penso é que vale a pena testar o serviço e depois você avalia se quer continuar ou não.

Dicas:
  • Se você quiser apenas testar, cancele a assinatura no primeiro dia, para evitar que você esqueça de cancelar ao final e acabe renovando o serviço sem querer;
  • Pesquise no catálogo antes de assinar. Eu não fiz isso e fiquei tonta com o tanto de livro que tinha e acabei não aproveitando tanto;
  • Se a sua intenção é investir nos livros populares, não recomendo, pois como disse antes, são poucos os livros disponíveis;
  • Invista nos livros nacionais dos autores independentes, tem muita coisa boa e pra todos os gostos;
  • Se você viu que não vai rolar a leitura de algum livro, já segue para o próximo, porque pode acabar perdendo tempo.
Vocês já assinaram? Contem aí nos comentários o que acharam.

Até a próxima!

7 de fevereiro de 2017

[Resenha] Imperfeito - Robson Gabriel

Autor(a): Robson Gabriel
Editora: Astral Cultural
ISBN: 9788582464106
Páginas: 224
Ano: 2016
Skoob
Avaliação: 5/5 + ♥

Sinopse: Daniel sempre soube que era diferente dos outros garotos, mas é somente na festa de despedida do Ensino Médio que ele aceita sua homossexualidade. Agora, prestes a entrar na faculdade, ele terá de lidar com seu verdadeiro eu.
O início das aulas traz mudanças inevitáveis e o jovem logo se vê dividido entre dois caminhos. Um lhe garante a possibilidade de ser feliz, o outro o obriga a manter uma parte de si oculta de todos ao seu redor.
Dan está cheio de dúvidas e angústias difíceis demais para um garoto de apenas 18 anos enfrentar.
Para sair desse cenário triste, ele vai precisar tomar a mais simples e mais marcante decisão de sua vida. Imperfeito é um romance pungente e, ao mesmo tempo, sensível.
A trama criada por Robson Gabriel é pontuada por dor, prazer e descobertas, e certamente vai emocionar os leitores.

Conheço o Robson desde que entrei para a blogosfera literária (acho que em 2012?) e nós já passamos por muita coisa juntos. Mas o assunto aqui não é sobre o Robs blogueiro e sim sobre o Robs autor! Eu vi o quanto ele batalhou por esse projeto e fiquei muito feliz com a publicação. E agora vocês vão saber o que achei do livro.

Sabe aquele tipo de livro que você sabe que vai acabar com você, mas mesmo assim você continua lendo porque é maravilhoso? Imperfeito é assim. A escrita do autor é super fluida e bem engajada, fazendo com a narrativa avance rápido, mas com muitos detalhes.

Eu passei MUITA raiva com o Dan, mas ao mesmo tempo eu só queria entrar dentro do livro e abraçar o menino e falar que ia ficar tudo bem. O personagem, assim como bem diz a sinopse, carrega em si muitas dúvidas. O problema principal e que o autor soube tratar muito bem é o de não se aceitar. 

Eu gostei muito de ver as transformações que Dan passa, assim como os seus conflitos. A nossa sociedade ainda é cheia de preconceitos, mas às vezes quem mais se oprime é a própria pessoa. E o Robson demonstrou muito bem como é doloroso o processo de autoaceitação. 

Todos os personagens foram muito bem construídos, cada um com a sua particularidade e os secundários não estavam lá somente para ocupar espaço. Acredito que vocês já saibam disso, mas eu amo quando estes personagens tomam atitudes que fazem a diferença, porque mostra que o livro tem bem mais que a trama original.

Eu não consegui desgrudar do livro até chegar no final. Fiquei obcecada mesmo e quando cheguei ao desfecho eu queria matar o Robson. Sim, isso mesmo. O final acabou comigo, MAS tem continuação e por isso que eu não fiquei numa situação pior.

Depois que terminei o livro eu saí em todas as minhas redes gritando pra todo mundo ler Imperfeito. Robson soube tratar com maestria a homossexualidade, de forma muito sensível e linda. Não vou mentir para vocês e falar que tudo são flores na vida de Dan, até porque nós sabemos bem que não é assim. Mas o autor mostra que existe a felicidade e boa parte dessa busca cabe a nós. E se eu recomendo? Obviamente, né! (E não é porque o Robs é meu amigo, porque ele sabe bem que se eu não tivesse gostado ia lá jogar umas verdades na cara dele rs)

Então se vocês não leram, leiam! É um (com o perdão da palavra) puta nacional quebrador de padrões. Apenas leiam (e depois venham aqui comentar).

Até a próxima! ♥

6 de fevereiro de 2017

[Resenha] A Garota do Calendário: Janeiro - Audrey Carlan

Autor(a): Audrey Carlan
Editora: Verus
ISBN: 9788576865063
Páginas: 144
Ano: 2016
Skoob
Avaliação: 3,5/5

Sinopse: Mia Saunders precisa de dinheiro. Muito dinheiro. Ela tem um ano para pagar o agiota que está ameaçando a vida de seu pai por causa de uma dívida de jogo. Um milhão de dólares, para ser mais exato.
A missão de Mia é simples: trabalhar como acompanhante de luxo na empresa de sua tia e pagar mensalmente a dívida. Um mês em uma nova cidade com um homem rico, com quem ela não precisa transar se não quiser? Dinheiro fácil.
Parte do plano é manter o seu coração selado e os olhos na recompensa. Ao menos era assim que deveria ser...
Em janeiro, Mia vai conhecer Wes, um roteirista de Malibu que vai deixá-la em êxtase. Com seus olhos verdes e físico de surfista, Wes promete a ela noites de sexo inesquecível — desde que ela não se apaixone por ele.

Num dos meus passeios pelos ebooks gratuitos da Amazon me deparei com o primeiro volume dessa série. Muitos amigos meus já tinham me falado bem dele, mas eu tinha um pé atrás. Seguindo o ditado "de graça até injeção" eu fui lá conferir e me surpreendi.

O livro é bem pequeno, até porque se passa num período de um mês e a narrativa é bem rápida. Mia é uma personagem bem construída, deu pra sentir que ela apesar de se mostrar durona, ainda carrega uma fragilidade dentro de si. Já Wes é o típico cara confiante que sabe que consegue quem ele quiser. 

Por ser num período curto, o desenvolvimento do livro acontece de forma rápida e as vezes as informações meio que foram jogadas. Na minha opinião, a autora poderia ter estendido algumas partes para dar melhores explicações. 

O livro mostra bem a interação da dupla e como Mia é inteligente. Além disso, ela forma um bom par com Wes, o que me deixou com muita raiva do final, pois ela teria que ir para outro lugar (antes que reclamem, isso não é spoiler).

Os personagens secundários como a tia de Mia, sua irmã, seu pai e sua melhor amiga foram pouco explorados. Espero que nas sequências eles apareçam mais.

No geral, é um bom livro. Fiquei surpresa com a escrita, que é bem detalhista e com a narrativa fluida. Sendo bem sincera, eu não dava nada pelo livro. Mas é aquilo né? Temos que arriscar.

Até a próxima!