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12 de janeiro de 2015

[Resenha] O Roubo do Livro Mágico - Escola de Magia #1 - Nelson Lameiras

Autor(a): Nelson Lameiras
Editora: Novo Século - Selo Novos Talentos da Literatura Brasileira
ISBN: 9788542801019
Páginas: 366
Ano: 2013
Skoob
Avaliação: 2/5

Sinopse: Neste primeiro livro da série, Matt e Karen, dois corajosos adolescentes, ingressam, após uma grande confusão, na Escola de Magia – um fantástico colégio, escondido em Manhattan. Rapidamente, surge a amizade com Douglas, Andry, Lion e Glacy, e juntos viverão uma grande aventura. Ao desconfiarem que um dos professores está tentando roubar novamente o Livro Mágico, eles passam a investigar e acabam caindo em uma perigosa armadilha. Agora, com a ajuda de Cronus, o diretor do colégio, irão se deparar com o início de um grande confronto.

Eu queria muito dizer que a primeira leitura de 2015 foi excitante, inspiradora, divertida, entre outras coisas. Infelizmente não foi bem assim. À primeira vista, O Roubo do Livro Mágico possui um enredo interessante. Claro que é a mesma fórmula utilizada por muitos escritores: um grupo de amigos mágicos, um vilão para derrotar e salvar o mundo. Mas eu realmente acreditei que no meio disso tudo teria um diferencial.

O livro é ambientado na cidade de Nova York e conta a história dos amigos Matt e Karen, que se descobrem magos e vão para uma escola de magia. Isso tudo depois de presenciar a tentativa do vilão, Cazur, de roubar o Livro Mágico. Lá na escola eles fazem amizade com Douglas, Andry, Lion e Glacy, se bem a última não pode ser chamada de amiga, porque olha.

O primeiro incômodo surgiu com a linguagem utilizada na narrativa. As crianças têm cerca de 12/13 anos e utilizam uma linguagem muito chula, pelo menos na minha opinião. Frases como “vai se ferrar” são comuns no linguajar atual, eu sei, mas não considero legal colocar isso em um livro infantil. Além disso, a repetição de palavras e expressões em uma mesma página é excessiva.

Os personagens não me conquistaram, não consegui enxergar em Matt o herói protagonista, nem em Karen a companheira ideal. Nos amigos, a que mais me irritou foi Glacy. Acredito que o autor quis passar a imagem de uma garota que no fundo só queria atenção, mas as atitudes e falas desnecessárias só fizeram com que eu revirasse o olho a cada vez que ela era mencionada. Ou pular as suas frases implicantes, porque simplesmente não valia a pena.

As falas do vilão Cazur parecem frases prontas, não enxerguei nele algo temível. Achei muito mal explicado de onde veio toda a sua frustração, que a meu ver não tinha motivo nenhum. A verdade é que a quantidade de pontas soltas na história é inestimável, a cada página surgem mais mistérios e poucos deles são resolvidos.

Quando terminei a leitura a vontade foi levantar as mãos pro alto e agradecer por ter conseguido, pois foi uma luta, meus amigos. O livro foi escrito por meio das histórias que o autor contava a seus filhos, então acredito que para um público mais jovem talvez valha a pena.  O Roubo do Livro Mágico não trouxe à tona minha criança interior, mas pode funcionar para outros.

13 de novembro de 2014

[Resenha] Entre Outubros - Rebecca Dellape

Autor(a): Rebecca Dellape
Editora: Novo Século - Selo Talentos da Literatura Brasileira
ISBN: 9788542801071
Páginas: 448
Ano: 2014
Skoob
Avaliação: 3/5

Sinopse: Após conseguir escapar heroicamente de um trágico sequestro em um dia de Outubro – nada menos do que seu décimo sexto aniversário – Holly Armstrong se depara com um mundo totalmente diferente. Seu olhar, sua mente e seus valores já não são mais os mesmos. Agora, é como se houvesse um abismo entre a garota comum da cidade grande e a jovem amaldiçoada pelo trauma. Contudo, tal ferida foi o pontapé para sua vida mudar drasticamente. Motivada pela sua personalidade curiosa e vítima de sua própria fragilidade emocional, Holly parte em uma jornada solitária para tentar descobrir os reais precedentes do evento que mudou sua vida definitivamente. A partir daí, ela se vê envolvida com personagens nada convencionais que a farão tomar rumos distintos, permitindo que ultrapasse seus limites e prove o real sentido de força. Porque, às vezes, é necessário muito mais do que força para sobreviver.

“Você não pode fugir do seu passado, muito menos de quem se tornou”.
Essa é a frase que ilustra a capa de Entre Outubros, romance de estreia de Rebecca Dellape. O livro apresenta Holly Armstrong, uma garota de 16 anos que conseguiu escapar de um sequestro. Um dos motivos que fez com que eu me interessasse pelo livro foi o mistério introduzido pela frase da capa, e pela sinopse.

A história começa muito bem, com a dose certa de suspense e ação, meio que um filme policial. Como a narrativa é em primeira pessoa, é possível se colocar no lugar da personagem e sentir toda a tensão. E eu fiquei: “UAU, esse livro promete”. Pois é, promete, mas infelizmente não cumpre a tudo que propôs.

Tudo o que acontece depois da fuga de Holly é muito dramatizado, mais pontas soltas sobre o motivo do sequestro aparecem e, gente, nenhuma é amarrada. Tem algo envolvendo a mãe de Holly que fica no ar e não é resolvido. A jornada de descobrimento da protagonista, prometida na sinopse, não acontece. E eu fiquei a ver navios.

Um ponto positivo foi a escrita da autora, mesmo para um romance de estreia ela é bem madura. Os diálogos soam convincentes, embora os personagens nem tanto. Além disso, alguns personagens que aparecem ao longo da história são muito bons, com potencial de ajeitar o livro. Agora, na parte negativa, além do mistério inicial, muitas outras coisas surgiram ao longo do livro. Isso criou um acumulo de pontas para serem atadas e na correria do final do livro isso não aconteceu.

Confesso que não gostei muito da Holly, ela tenta passar a imagem de pessoa forte que escapou de um sequestro, mas achei a personagem muito ligada no drama. Além disso, eu penso que qualquer pessoa que tenha passado por algo parecido não iria confiar de cara em alguém, mas não é isso que acontece. O excesso de conflitos escolares também atrapalhou um pouco, obviamente eles deveriam existir, já que ela ainda é uma estudante, mas meio que houve uma inversão de planos e a busca de Holly foi para o fundo.

O fim do livro chegou e com ele o sentimento de Dom Casmurro. Não teve final, simplesmente acabou, como quando você está vendo um filme na TV, faltam 10 minutos para o fim e a luz acaba. A sensação foi essa, fiquei frustrada e sem saber o que pensar, muito menos o que sentir. Não teve resolução, a ação de início morreu e foi isso. Poderia ser um livro excelente, mas o excesso de coisas cortou isso. Não sei se terá uma continuação, mas espero que tenha, para resolver o que ficou para trás.

8 de outubro de 2014

[Resenha] Tatuagem - Marina Salla

Autor(a): Marina Salla
Editora: Novo Século - Selo Talentos da Literatura Brasileira
ISBN: 9788542801934
Páginas: 253
Ano: 2014
Skoob
Avaliação: 2/5

Sinopse: Jack se aproximou de Laura. Não, não para tirar sarro dela, nem dizer como ela é esquisita e feia, mas para defendê-la desse pesadelo. Ela sabia que sua vida estava mudada para sempre, mas não imaginou, em nenhum momento, que mudaria de novo. Uma festa, um beijo recebido pela pessoa errada, um acidente que permitiu que Laura revivesse a consciência apenas três meses depois, numa cidade diferente, e toda sua antiga vida havia sido deixada para trás. Como ela poderia imaginar? Apesar de todos os avisos, como ela podia pensar que algo assim fosse acontecer? Ele sempre fora tão atencioso, se esforçava para ser melhor com ela, não queria machucá-la por nada nesse mundo. E então... Jack, o que aconteceu com você? Deixar pessoas para trás, continuar em frente, é um aprendizado. Laura tentou seguir com a vida dela, Jack deveria ter feito o mesmo. 

Tatuagem é um daqueles livros que só pela sinopse você consegue imaginar uma gama de possibilidades. Eu esperava que a história acontecesse de uma forma e fui surpreendida. Porém, não foi uma surpresa totalmente positiva.

A história começa tratando do bullying que Laura, com 15 anos, sofre, mas mais importante que isso, deixa claro que a protagonista não aceita. Isso fica claro por conta da narrativa em primeira pessoa. Ela é uma pessoa bem introspectiva, um tanto rebelde (o que é normal para a idade dela) e sonhadora. Tudo muda com a chegada de Jack, um cara mais velho que surge para resgatá-la. Ele não é o cavaleiro da armadura branca, e deixa isso claro. Assim que ele apareceu no livro vários sinais de alerta piscaram: PERIGO para mim. Infelizmente, não foi assim para Laura. Um fato curioso que notei na personalidade de Jack foi a presença de algumas atitudes de Travis Maddox, de Belo Desastre. Não sei se foi intencional, mas não funcionou.

Por ser tão nova e não ter amigos eu acho que ela era muito ingênua. Sua única amiga era Miriam, que ela nem conhecia pessoalmente. O meu problema com a história começou aí. Sendo tão tímida e tudo mais era de se esperar que os pais fossem mais, digamos, cautelosos com ela, mas não é bem assim. Não fica claro se eles sabiam da existência de Miriam e se sabiam, não se preocupavam que a filha mais nova poderia estar passando informações confidenciais para qualquer um.

O romance entre Jack e Laura aconteceu de forma muito rápida, mais uma vez atacada pela ingenuidade ela se deixou levar. Ignorando os alertas dos amigos dele, ela mergulhou de cabeça no namoro. Uma coisa muito ruim no livro foi a falta de capítulos, ou até mesmo uma divisão temporal. Não ficou claro para mim quanto tempo de namoro os dois tinham quando Jack pediu aos pais dela para que viajassem juntos. E aí entra outro erro, sua filha mais nova está namorando um cara mais velho, é a primeira vez que você o vê e você já concorda em deixá-la viajar SOZINHA com ele??????????????? Sério, não.

Outro erro na história envolve a parte sexual do relacionamento dos dois. Ela, mocinha virgem e despreparada, em nenhum momento se preocupou em usar camisinha! Minha gente, além de correr o risco de uma gravidez ainda existiam as DST’s, porque ela não sabia absolutamente  nada sobre o passado dele. E justamente por não saber do passado que deveria existir um pé atrás, o que não ocorreu.

A única divisão do livro são as partes entre conhecer Jack, sofrer um acidente e o que aconteceu depois disso. Eu gostei mais da versão da Laura sem o Jack e em outra cidade, quando ela já estava se habituando. Mas ele tinha que retornar, né? E aí começa a terceira parte do livro, que foi, sinto dizer, pessimamente trabalhada.

Jack não seguiu em frente e isso foi um problema. Seu ciúme doentio, sua necessidade de se impor sobre Laura e tratá-la como propriedade sua. Foi muita loucura em poucas páginas, além de quase nenhuma explicação sobre isso. Aliás, até tem uma explicação bem no finalzinho, que não me desceu. Os terrores vividos por Laura nessa parte, se fosse no meu caso, eu não aguentaria. Mesmo com toda a situação, ela ainda se deixava levar. Talvez por não saber como agir, talvez por estar tão apegada a ele. De uma forma ou de outra foi bem doloroso ler sobre tudo aquilo e não poder fazer nada.

Cheguei ao fim do livro com um gosto amargo na boca. Havia tanto a se explorar, o bullying mal resolvido, a “doença” de Jack e tudo isso foi meio que jogado, sabe? O sentimento que ficou foi que a autora queria passar uma lição e mostrar o quão perigoso é confiar em alguém sem saber nada sobre ele. Mas não funcionou, ficou falso e o final estragou tudo. É triste, porque era história com um potencial enorme e, infelizmente, não rendeu tudo isso.

8 de abril de 2014

[Resenha] O Último Ponto - Edson Monteiro

Autor(a): Edson Monteiro
Editora: Novo Século - Selo Novos Talentos da Literatura Brasileira
ISBN: 9788542801033
Páginas: 144
Ano: 2013
Skoob
Avaliação: 5/5 + ♥

Sinopse: Orquestras, bailes, danças, jogos. Este ciclo já faz parte da incrível jornada do brasileiro Juan Carlo, e da do argentino Jean Lucka. Ainda mais quando os dois, após terem ganhado um bom dinheiro em um cassino de Buenos Aires, acabam parando em um transatlântico que parte da capital portenha em direção à Barcelona. Porém, durante esta tumultuada viagem, que parece ter surgido por força do destino, acabam descobrindo que amam a mesma mulher. É o que faltava para protagonizarem um duelo entre razão (Jean) e a emoção (Juan)! E eis que essas duas naturezas opostas resolvem travar uma disputa inteligente, que poderá marcar a vida deles para sempre. Quem sairá vencedor deste triângulo amoroso? E a quem Katharine entregará seu legítimo amor?

Uma mulher, dois homens e uma disputa pelo coração dela. De início pode parecer algo batido, mas engana-se quem pensa isso. A profundidade encontrada nas poucas páginas de O Último Ponto é maravilhosa e ao mesmo tempo assustadora.

Afinal, apaixonar-se não é fácil, fazer escolhas mudam tudo ao seu redor e é disso que o livro se trata. Katharine é o ponto de equilíbrio entre Juan Carlo e Jean Lucka, de um lado a emoção, do outro a razão, e a decisão final, a escolha pode mudar tudo isso.

Cada um, Juan e Jean, possuem suas particularidades, enquanto um quer viver a vida intensamente, sem se preocupar com o futuro, o outro tem tudo planejado. Essa combinação, o encontro de duas pessoas tão diferentes, poderia não funcionar, mas é isso que une os dois amigos. Só que toda balança precisa de uma base e é onde entra Katharine.

É inevitável escolher um lado, durante a leitura me senti da mesma forma que Katharine, pendendo ora para um lado, ora para outro. Por fim, cheguei à conclusão de que, apesar de todas as vertentes, não havia uma escolha exata. Todos precisamos de razão e emoção, todos precisamos viver intensamente e, ao mesmo tempo, planejar.

E é isso que torna este livro cruelmente real, o conhecimento de que às vezes é preciso abrir mão de algo para se encontrar no futuro. A incerteza da escolha e o peso que elas criam em nossa vida estão presentes na história. É real, é duro e é incrível. O livro é uma descoberta de nós mesmos e uma análise das nossas escolhas, de tudo o que elas geram. A leitura terminou de uma forma tristemente bela, o choque de realidade foi grande e no fim de tudo foi inovador, maravilhoso.

O Último Ponto foi um livro que me tocou de muitas maneiras, me marcou e me mudou. Foi uma leitura extremamente proveitosa e não me arrependo, nem por um momento, de não ter escolhido um lado.

21 de fevereiro de 2014

[Resenha] I ♥ NY - Teca Machado

Autor(a): Teca Machado
Editora: Novo Século - Selo: Novos Talentos da Literatura Brasileira
ISBN: 9788542800975
Páginas: 264
Ano: 2013
Skoob
Avaliação: 4/5 + ♥

Sinopse: Alice cresceu apaixonada por Nova York. Mas sempre que tentava ir à Big Apple acontecia algo para atrapalhar seus planos. Quando um vídeo na internet fez com que ela virasse a piada de sua cidade e também do país, largou tudo e finalmente foi para Manhattan passar um tempo e tentar ser “esquecida por todos”. Estudando numa universidade americana, com novos amigos, um lindo namorado e um apartamento de cair o queixo, Alice pensou que tinha deixado o passado um tanto comprometedor para trás. Só que não foi bem assim que aconteceu. Ela não era mais anônima nem mesmo na nova cidade.

A vida de Alice não anda lá essas coisas, em apenas uma noite boa parte de tudo o que ela tinha como "seguro" foi pelos ares, ela vira uma web-celebridade e tem a chance de um novo começo em New York.

Eu gosto de chick-lit, adoro toda essa coisa “mulherzinha”, as situações de comédias românticas, quando bem escritas (claro). E nisso, Teca Machado não pecou. A escrita de I ♥ NY tem tudo o que eu penso que um bom chick-lit deve ter, e a técnica utilizada por Teca possibilitou que eu enxergasse através das páginas.

A proposta de entreter está lá, mas a autora aplicou o diferencial ao fazer de Alice uma personagem que facilmente poderia ser encontrada na vida real. Assim como o resto dos personagens, todos são muito bem construídos. A paixão de Alice por NY é contagiante, e conhecer a cidade que nunca dorme pelos olhos da personagem principal faz com que você queira pular no próximo avião.

Em nenhum momento a história fica cansativa, com muitos clichês, porque sim, eles existem, mas todos muito bem desenvolvidos, tirando aquela impressão de que chick-lit é água com açúcar, e a história também não possui partes de comédia pastelão. O humor está lá, mas Teca não forçou cenas para fazer o leitor rir, elas vêm com naturalidade, afinal a própria situação de web-celebridade de Alice já é cômica. E como todo bom chick-lit, é claro que existe um ship, e foi apaixonante, tanto que no final ficou impossível não torcer pelo casal.

Todo o mundo que Teca criou para Alice é divertido e eu rapidamente simpatizei com a personagem. A cada página eu torci mais e mais por Alice e o final não deixou a desejar. O livro ainda traz referências às séries e músicas que se passam em NY, como Gossip Girl, Sex and the City, Friends e a música “New York, New York” de Frank Sinatra. E tudo isso me fez gostar mais ainda da história.


Na biografia da orelha do livro, Teca diz que espera ser uma best-seller na área de chick-lits, e o que eu posso dizer é que se fosse por mim, eu a colocaria na lista. I ♥ NY é um livro e gostoso de ler, perfeito para fugir do caos e embarcar nas trapalhadas de Alice, recomendo com certeza.