Autor(a): Mariana Ribeiro
Edição Independente
Páginas: 315
Ano: 2014
Skoob
Avaliação: 3,5/5
Sinopse: Audrey Mantovani tem dezessete anos, é filha de um diplomata e estudante de Jornalismo, que adquiriu vasta bagagem cultural em suas viagens ao exterior na companhia do namorado, Frederico Fernandes. Ela seria apenas mais uma adolescente normal vivendo nos anos oitenta, não fosse pelo fato de ter um dom premonitório através dos sonhos, os quais estão relacionados a grandes acontecimentos com repercussão mundial. Decidida a fazer tudo o que estiver ao seu alcance para mudar o rumo dos acontecimentos, ela passará por cidades como Nova York e Londres. Como Audrey lidará com a responsabilidade de prever certos eventos futuros? Por quanto tempo ela conseguirá manter o seu segredo preservado da mídia mundial? E quais serão as consequências ao interferir no destino? Menina Veneno é um New Adult contemporâneo, que envolve problemas cotidianos com uma dose extra de sobrenatural. Não faltam referências sobre música, filmes, entre outros assuntos relacionados à cultura da década perdida.
Sempre tive interesse pelos anos 80, fato notório que a
qualidade musical dessa década era mil vezes melhor. Esse foi um dos principais
motivos que me fizeram ter interesse em Menina Veneno.
O livro é narrado em primeira pessoa por Audrey (exatamente
como a atriz Audrey Hepburn) Mantovani. A primeira impressão que tive de Audrey
não foi das melhores, achei a personagem com uma mentalidade muito infantil
para a idade dela, querendo se mostrar uma rebelde enquanto nadava no dinheiro.
Típico julgamento de quando acabamos de “conhecer” alguém e já falamos um “não
vou com a cara dela” e quando perguntam o motivo a resposta varia entre o “não
sei” e “simplesmente não vou”. Felizmente, com o desenrolar da história essa
primeira impressão se desfez.
Uma das coisas que mais fazem com que eu goste de um livro é
a verossimilhança que ele apresenta. Por exemplo, seria bem fácil escrever uma
história fora do país apenas mostrando o que se vê na televisão, certo? Errado!
E isso foi um ponto muito positivo na história que a Mari criou. Tudo foi muito
bem construído e representado, além de fatos marcantes daquela época serem
introduzidos de uma forma que eu considerei muito original.
A narrativa da autora é muito fluída e leve, além disso, eu
percebi que a personagem foi amadurecendo o pensamento conforme a leitura
avançava. A visão que Audrey tem do mundo é bem revolucionária, isso me
incomodou um pouco no início, mas depois que o elemento sobrenatural foi
introduzido passou a fazer um pouco de sentido.
Mas aí vocês me perguntam, com esse tanto de elogio, por que
o livro perdeu 1,5 na avaliação? Apesar de tudo o que eu disse aí em cima, me
incomodou demais toda cena em que a Audrey ia se aprontar pra sair, pra
trabalhar ou para faculdade, descrever tudo, exatamente tudo, que estava vestindo. Foi legal da primeira vez, conseguir
visualizar as roupas e o estilo da década, mas com o tempo se tornou repetitivo
e maçante.
Além disso, o livro foi sugerido como um NA e bem, a minha
concepção de NA é um tanto quanto diferente do que foi apresentado em Menina
Veneno. Não sou leitora assídua do gênero, mas em todos os que eu li
sempre rola aquela tensão sexual, cenas fortes e etc, e eu não encontrei isso.
Fora isso, eu gostei muito da história. Se você, assim como
eu, não viveu na década de 80 e sempre teve curiosidade de saber como foi, pode
se jogar na leitura de
Menina Veneno. A diagramação do
livro ficou show, no início de cada capítulo vem um trecho de alguma música da
época e eu achei isso bem legal, cria um clima nostálgico. Para um livro de
estreia a Mari se mostrou bem preparada.