Autor(a): David Levithan
Editora: Galera Record
ISBN: 9788501102096
Páginas: 224
Tradutor: Regiane Winarski
Ano: 2015
Skoob
Avaliação: 5/5 + ♥♥♥♥♥∞
Sinopse: Baseado em fatos reais e em parte narrado por uma geração que morreu em decorrência da Aids, o livro segue os passos de Harry e Craig, dois jovens de 17 anos que estão prestes a participar de um desafio: 32 horas se beijando para figurar no Livro dos Recordes. Enquanto tentam cumprir sua meta — e quebrar alguns tabus —, os dois chamam a atenção de outros jovens que também precisam lidar com questões universais como amor, identidade e a sensação de pertencer.
Editora: Galera Record
ISBN: 9788501102096
Páginas: 224
Tradutor: Regiane Winarski
Ano: 2015
Skoob
Avaliação: 5/5 + ♥♥♥♥♥∞
Sinopse: Baseado em fatos reais e em parte narrado por uma geração que morreu em decorrência da Aids, o livro segue os passos de Harry e Craig, dois jovens de 17 anos que estão prestes a participar de um desafio: 32 horas se beijando para figurar no Livro dos Recordes. Enquanto tentam cumprir sua meta — e quebrar alguns tabus —, os dois chamam a atenção de outros jovens que também precisam lidar com questões universais como amor, identidade e a sensação de pertencer.
"A ignorância não traz felicidade. Felicidade é saber o significado total do que se recebeu." Pág. 17
Existem livros que você lê, a história te emociona na hora e
depois de um tempo passa. Também existem os que você demora a digerir, seja a
narrativa boa ou ruim. E existem os do David Levithan. Eu não consegui
encontrar uma classificação que faça jus a esse autor. Mais uma vez fui
surpreendida pela grandeza e a capacidade que criar quotes infinitos em um só
livro.
Começar essa resenha foi difícil, porque fiquei com medo de
não conseguir passar tudo o que senti durante a leitura. E provavelmente isso
vai acontecer. Dois Garotos Se Beijando não é apenas um livro clichê sobre
beijos, nem sobre a homossexualidade. Existe mais do que nossos olhos alcançam
e é isso que David mostra na história. Passando pelo plot de dois garotos
tentando quebrar o recorde mundial de beijo mais longo, conhecemos Peter e
Neil. Eles são um casal e estão aprendendo que após um ano ainda existem coisas
a serem descobertas. Avery e Ryan, pelo contrário, tem muito que descobrir. E
temos Cooper, um garoto sozinho e que se sente vazio, o tempo todo.
Narrado em terceira pessoa, quase isso, pois na verdade são
os espíritos de pessoas que morreram durante o ápice da AIDS. E isso é um dos
pontos mais fortes da história. A sensibilidade e os questionamentos que eles
fazem são incríveis. Aliás, sensível
é um adjetivo que define a narrativa. Em muitas partes cresceu um nó na minha
garganta, o autor fez com que eu me sentisse parte da história, como se
estivesse lá, convivendo com todos esses garotos.
Um fato é que esse livro não é aquele que todos vão ler e se
apaixonar. Ainda existe o preconceito. Esse julgamento desnecessário que vai
fazer com que pessoas mudem de lugar apenas para não sentar ao lado da garota
que está lendo sobre dois garotos se beijando (sim, aconteceu). Pessoas vão te
olhar torto e te condenar por ler histórias LGBT. Mas o maior aprendizado dessa
leitura foi que nós não devemos nos entregar a isso. Temos de ser fortes e lutar
pela igualdade. Aceitar que não importa quem a pessoa escolheu amar, pois ela
ainda é uma pessoa. Com os mesmos medos e inseguranças que você.
A nossa vida, assim como desses personagens fictícios, é
feita de escolhas. E nós temos de saber lidar com elas. Essa escolha de ódio
gratuito é o que leva a tantas mortes noticiadas. Chegando ao fim tem uma frase
que diz que o evangelho vai ser reescrito. Muitos podem achar um absurdo, mas eu tenho a opinião de que ele foi
escrito por homens. Podem ser as
palavras de Deus, mas penso que ele não pregaria um discurso de ódio tão grande
contra pessoas que apenas querem viver sua vida. Afinal, Ele não nos deu o
livre arbítrio?
Dois Garotos Se Beijando é mais que um romance LGBT, é um
discurso de amor e amizade e de quebra de tabus impostos pela sociedade. Eu
vibrei e torci com todos os que estavam assistindo ao beijo de Harry e Craig.
Cheguei ao fim chorando, mas não de tristeza. David Levithan se mostrou mais
uma vez o autor incrível que é. E acredito que o autor deveria virar um
adjetivo, tipo: “mas você é tão David Levithan”.