Autor(a): Andrew Smith
Editora: Gutenberg
ISBN: 9788582351246
Páginas: 304
Tradutor: Rodrigo Seabra
Ano: 2014
Skoob
Avaliação: 5/5 + ♥
Sinopse: Stark McClellan tem 14 anos. Por ser muito alto e magro, tem o apelido de Palito, mas sofre bullying mesmo porque é “deformado”, já que nasceu apenas com uma orelha. Seu irmão mais velho, Bosten, o defende em qualquer situação, porém ambos não conseguem se proteger de seus pais abusivos, que os castigam violentamente quase todos os dias. Ao enfrentar as dificuldades da adolescência estando em um lar hostil e sem afeto – com o agravante de se achar uma aberração –, o garoto tem na amizade e no apoio do irmão sua referência de amor, e é com ela que ambos sobrevivem. Um dia, porém, um episódio faz azedar terrivelmente a relação entre Bosten e o pai. Para fugir de sua ira, o rapaz se vê obrigado a ir embora de casa, e desaparece no mundo. Palito precisa encontrá-lo, ou nunca se sentirá completo novamente. A busca se transforma em um ritual de passagem rumo ao amadurecimento, no qual ele conhece gente má, mas também pessoas boas. Com um texto emocionante, personagens tocantes e situações realistas, não há como não se identificar e se envolver com este poético livro.
Editora: Gutenberg
ISBN: 9788582351246
Páginas: 304
Tradutor: Rodrigo Seabra
Ano: 2014
Skoob
Avaliação: 5/5 + ♥
Sinopse: Stark McClellan tem 14 anos. Por ser muito alto e magro, tem o apelido de Palito, mas sofre bullying mesmo porque é “deformado”, já que nasceu apenas com uma orelha. Seu irmão mais velho, Bosten, o defende em qualquer situação, porém ambos não conseguem se proteger de seus pais abusivos, que os castigam violentamente quase todos os dias. Ao enfrentar as dificuldades da adolescência estando em um lar hostil e sem afeto – com o agravante de se achar uma aberração –, o garoto tem na amizade e no apoio do irmão sua referência de amor, e é com ela que ambos sobrevivem. Um dia, porém, um episódio faz azedar terrivelmente a relação entre Bosten e o pai. Para fugir de sua ira, o rapaz se vê obrigado a ir embora de casa, e desaparece no mundo. Palito precisa encontrá-lo, ou nunca se sentirá completo novamente. A busca se transforma em um ritual de passagem rumo ao amadurecimento, no qual ele conhece gente má, mas também pessoas boas. Com um texto emocionante, personagens tocantes e situações realistas, não há como não se identificar e se envolver com este poético livro.
O motivo principal que me levou a comprar Minha
Metade Silenciosa foi a resenha da Ceile (e o outro foi porque o livro
estava 14 reais no submarino). Eu demorei a ler o livro porque eu sabia que ia
me abalar, de uma forma ou de outra, e não me enganei. De início fiquei um
pouco incomodada com a forma como as palavras foram diagramadas (cheguei a
achar que era erro), porque o personagem principal (Stark) sofre de anotia (não
“tem” uma das orelhas) e isso fazia com que ele só ouvisse do lado esquerdo.
Quando havia algum diálogo as palavras eram escritas “meio assim”, sabe? Mas me acostumei com
isso e percebi que fazia parte do lirismo do livro, então parou de incomodar.
Falando de lirismo, esse é, sem dúvidas, um dos mais
poéticos que já li. Uma poesia não precisa, necessariamente, conter versos e
rimas, e nisso o autor acertou em cheio. Em certas partes as palavras assumem
esse tom poético, musicado, no livro. Eu gostei disso, muito. Minha
Metade Silenciosa é um daqueles livros que fez com que se eu estivesse
em um incêndio correria para salvar.
Narrado em primeira pessoa por Stark, a história nos mostra
realmente como ele se sente e, principalmente, como ele se vê. A personalidade
de Stark reflete o que o “mundo” fez com ele. Ele não é um garoto rebelde, pelo
contrário, mas a forma como ele se enxerga é arrasadora. Crescido em um lar sem
amor, a única referência de carinho, amizade, companheirismo, enfim, tudo em sua
casa, vem do seu irmão, Bosten.
E essa falta de amor é cruel, claro que em algumas partes
existe “felicidade” para Stark e seu irmão, como a amiga de Stark, Emily. Mas
existem mais partes tristes, e é isso que torna o livro tão singular e, ao
mesmo tempo, tão real. Foi uma sensação angustiante, meio sufocante, ler sobre
o drama familiar, é uma daquelas coisas que te deixam com vontade de entrar no
livro e colocar ordem em tudo.
Infelizmente, agressão dentro de casa é algo muito comum nos
dias de hoje, às vezes podem acontecer com pessoas que conhecemos e a gente não
ficar sabendo. E, na maioria dos casos, quando vem à tona, não existe uma
punição suficiente para isso. O diferencial do livro, mesmo não sendo uma
história feliz, foi essa bagunça de sentimentos que ele me causou. É revoltante
ler sobre isso, saber que isso existe, e que nós somos “impotentes”.
Durante a leitura não cheguei exatamente a chorar, a sofrer,
mas quando finalizei fiquei com um vazio no peito, uma sensação de estranheza.
Sabe quando você perde algo importante, mas não se lembra do que é e mesmo
assim sente falta? Foi mais ou menos essa sensação que tive. Minha
Metade Silenciosa entrou na lista de um dos melhores livros que já li.
Foi perturbadora, com certeza, mas exatamente por isso que ele é um livro único
e que, com toda certeza, merece ser lido por muitos.