Vocês tem noção de que só faltam 4 meses para o fim do ano?
Parece que foi ontem que eu estava fazendo mil promessas de ano-novo: passar em
tudo, não me envolver em barracos na blogosfera, etc etc. Fato é que: no
primeiro semestre desse ano na faculdade eu fiz 5 matérias, nem de longe eram
as mais fáceis, mas ainda assim se eu me esforçasse bastante eu passaria. Pois
bem, dessas 5 reprovei 4, isso mesmo. Além disso, perdi a conta de quantos
bafafás literários que eu me envolvi (ou iniciei). Ou seja, falhei piamente em
duas promessas (e tenho certeza que tiveram mais promessas falhas).
Uma coisa triste que eu percebi é que no final desse ano,
quatro anos depois de iniciar meu caminho árduo na graduação em Química, eu
deveria estar me formando. E eu estou beeeeem longe disso. E quando digo longe
pode botar na conta pelo menos 1 ano e meio aí. Olhando para trás eu percebo o
quanto deixei passar, de aproveitar melhor esses quatro anos fazendo Química.
Minha vida sempre foi uma sucessão de “e se”. E se eu fosse
pra direita ao invés de ir pra esquerda? E se eu tivesse escolhido outra
faculdade? (Essa ainda ronda minha mente.) E se eu não tivesse desistido de
Cálculo 1 lá no 2011.1 e sido aprovada? Esses “e se” mais os verbos passados
como: devia, teria, e mais um monte, me acompanham há muito tempo.
Já tive momentos em que quis jogar tudo pro alto e ir pra
praia vender minha arte desistir da faculdade. Semestre passado foi, de
longe, o que eu mais me questionei se esse era o caminho certo. A verdade é que
eu gosto de Química, gosto da ideia de ficar enfurnada dentro de um laboratório
analisando sabe-se-lá o que. Mas sempre existe aquela partezinha no meu íntimo
que fica sussurrando que eu seria mais feliz cursando Letras.
Nessa última semana vivi em uma “vibe” nostálgica. Encontrei
um CD que não tinha nada escrito, quando abri me deparei com várias músicas que
eu ouvia há uns 7 anos atrás. Músicas que fizeram parte de momentos tristes,
felizes, loucos, enfim, uma trilha sonora da minha adolescência. E eu me
recordei de uma Ananda que eu meio que já tinha esquecido. Em 2008 eu estava
ingressando no Ensino Médio, dizendo adeus à maioria dos meus amigos do
fundamental. Mas cheia de esperanças, querendo ser uma Ananda menos tímida,
fazer mais amigos, levar esses amigos comigo para a eternidade.
Essas eram as minhas promessas de início de ano, minhas
metas. E acredito que foram umas das poucas que eu consegui cumprir. Claro que
algumas como: não fazer a besteira de me “apaixonar” pelo cara errado, estudar
mais, não pegar recuperação, bom, não consegui cumprir. Mas as que valiam a
pena: ser alguém melhor, fazer amigos com quem eu poderia contar para sempre,
abandonar um pouco a timidez, me libertar, essas eu consegui.
E agora, 6 anos depois parece que eu perdi essa essência. Em
2011 dei adeus aos meus amigos para toda a eternidade. Não perdemos contato,
afinal, uma amizade como essa acho que só se encontra uma vez na vida. Mas eu
não sou a mesma garota sonhadora e esperançosa. Parafraseando KLB e a frase que
se tornou meu lema na UFF: “Vida, devolva minhas fantasias”. Fato triste, porém
verdadeiro: a vida chega para todos,
a realidade também.
Já chorei e já sorriA vida se renova e disso não dá pra fugir
Por muito tempo vivi numa redoma de cristal, e o mundo fora
dela não era nada do que eu imaginava. A vida é uma constante mudança e
renovação, isso eu sei que aconteceu comigo. Foi para melhor? Não sei. O que
importa é que, independente de ser certo ou errado, eu aprendi (talvez um pouco
tarde demais) que eu sou responsável pelos meus atos. “E se” eu tivesse
cumprido as metas de 2011, talvez, quem sabe, eu estaria ingressando realmente
no meu oitavo período de faculdade.