Semana passada eu comentei sobre o gosto literário e as
brigas que isso gera. Ainda na semana passada aconteceu, mais uma vez, um dos
muitos casos chatos que movimentam a blogosfera literária. Não vou citar nomes
até porque não é um caso particular, praticamente todos os dias nós, blogueiros e leitores, sofremos com o mal da
generalização. Às vezes é apenas um caso de mal entendido, uma frase fora do
contexto, e aí o resto dos blogueiros paga o pato.
Não é a primeira vez, e acredito que não será a última, que
nós somos tachados de desocupados, arrogantes, metidos a sabe tudo, entre
outros adjetivos que quem está no meio conhece muito bem. O mais triste é que
muitas vezes esses adjetivos chegam de uma forma tão dura, numa frase realmente
ruim, e aí gera toda uma nova discussão, onde cada um defende seu lado. E é
mais triste ainda perceber que, na maioria dos casos, esses comentários vêm por
parte de autores.
O mercado editorial brasileiro para novos autores ainda é
complicado, todos sabem disso. É difícil ser autor e competir com nomes como
John Green, Nicholas Sparks, etc. O problema maior é quando aparecem as
resenhas negativas. Eu, particularmente, não me deixo influenciar por uma
resenha negativa. Prefiro eu mesma ir atrás do livro e descobrir se é bom ou ruim.
O que acontece é que a fragilidade da nova literatura brasileira parece que
cria uma insegurança em alguns autores, fazendo com que uma opinião negativa
gere toda uma abertura para ofensas gratuitas.
Por exemplo, eu considero como ofensa gratuita um autor
chegar no meu blog, onde eu deixo a minha opinião, e me tachar como
desocupada, apenas porque eu não
gostei do livro. Também considero como ofensa gratuita quando falam que nós
“não valorizamos a literatura brasileira” ao ler John Green e Nicholas Sparks.
Na boa, sempre pensei o poder de decidir o que ler cabe a mim (e somente a
mim), logo, eu decido o que ler.
Não é porque uma pessoa fez uma crítica negativa que todo o
meio deve ser julgado, não é porque o seu livro não atingiu as expectativas de
alguém que esse alguém é desocupado. Porque né, desocupado por desocupado,
considero pior sair procurando críticas negativas do que parar e analisar se
elas são válidas. Ou perguntar educadamente
a quem escreveu a crítica o motivo dela ser negativa e trabalhar para, quem
sabe, melhorar.
O problema da humanidade, nessa parte vou generalizar e
acredito que a maioria concorda comigo, é que adoramos julgar, mas quando nós
somos o alvo de julgamento, sai de baixo que o barraco tá armado. Acho que o
mais bonito, tanto da parte de blogueiros/leitores, quanto da parte de autores,
é saber aceitar que, acredite, ninguém é perfeito. E saber aceitar que críticas
são bem vindas, não é porque elas não batem com a sua visão que elas não são
válidas.
E aí a gente fica assim, se aceitando, feliz...
E, acima de tudo, saber dosar as palavras. Não vejo
necessidade de em uma resenha ser escrito que “é um livro de merda, que ninguém
deveria ler, na verdade acho que deveria ser queimado na fogueira”. Da mesma
forma que não tem cabimento um autor dizer que “vocês blogueiros se acham os
entendedores de tudo, mas não passam de desocupados”.
E isso gera uma rixa, a credibilidade de ambas as partes
praticamente morrem e, infelizmente, quem mais perde com isso é a literatura
brasileira.
